postado em 03/06/2008 19:52
Na avaliação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os investimentos do setor siderúrgico brasileiro estão aquém do tamanho que poderiam ter. A carteira de investimentos das empresas do setor mapeados pelo banco totaliza R$ 46,3 bilhões para os próximos três a quatro anos. "Mas a gente gostaria de ver um esforço maior", revelou Coutinho.
O presidente do BNDES disse nesta terça-feira (03/06), no 1º Encontro Nacional da Siderurgia, no Rio de Janeiro, que a carteira de investimentos das siderúrgicas poderia ser ampliada consistentemente. "Nós estamos vendo o desenvolvimento da cadeia automotiva, do setor de bens de capital, do complexo naval, da construção civil. Tudo isso demanda muito aço. Não existe desenvolvimento sem siderurgia. Sem aço. Então, é preciso realizar esse programa de investimentos. Nós estamos confiantes de que eles realmente ocorrerão", afirmou.
Coutinho descartou a possibilidade de que o baixo investimento possa estar relacionado a algum tipo de temor quanto ao crescimento econômico, até porque o setor tem escala muito grande. "O investimento é feito por saltos e a decisão de investir tem de atender a uma visão de longo prazo", disse.
Importação
Ele espera que não haja necessidade de importar aço, diante da expectativa de aumento do consumo. "Eu não gostaria de sacrificar exportações para suprir o mercado doméstico. É importante que o Brasil aproveite a oportunidade competitiva de produzir aço de várias modalidades, de maneira muito eficiente, com custos adequados. E aproveite essa oportunidade para ser um grande protagonista no setor mundial de siderurgia", observou.
Em palestra aos empresários do setor, Coutinho afirmou que o Brasil pode desenvolver "atores" globais competitivos, através do amadurecimento de processos de internacionalização das empresas siderúrgicas, como já ocorreu nos setores aeronáutico e de mineração, por exemplo. Segundo ele, isso pode ser feito através do aumento do porte das companhias, do aprofundamento da capacidade tecnológica e do fortalecimento da rede de logística e de comercialização.