Economia

Com alta do petróleo, Bovespa fecha em baixa de 2% e abaixo dos 70 mil pontos

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postado em 06/06/2008 18:14
A disparada dos preços do petróleo, um dos principais insumos da economia global, derrubou as Bolsas de Valores, da Europa ao continente americano. Operadores notaram que as ações da Petrobras, sensíveis à oscilação do petróleo, restringiram as perdas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que já acumula decréscimo de 3,87% neste mês. Para piorar o quadro, o mercado recebeu uma bateria de números decepcionantes sobre a economia americana: a taxa de desemprego teve sua maior aceleração em mais de 20 anos, e o setor atacadista frustrou expectativas. O contexto já não estava favorável: o presidente do banco central americano, Ben Bernanke, sinalizou nesta semana que deve parar de reduzir os juros básicos. O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, perdeu 2%, a segunda pior baixa nos últimos 30 dias, indo para os 69.785 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,86 bilhões. Alvo de 25% dos negócios da Bovespa, a ação preferencial da Petrobras encerrou o pregão com leve alta de 0,06%, para R$ 47,59, em um das poucas exceções numa sessão de queda generalizada. As piores baixas --no rol de ações do Ibovespa-- foram vistas para as ações da JBS (queda de 7,2%); B2W (retração de 5,3%) e All American (perda de 5,2%). "O mercado brasileiro até que absorveu bem (o estresse externo). Acredito que a promoção do Brasil a grau de investimento, e os bons fundamentos (da economia), ajudaram para que o desespero não fosse tão grande. Em outros tempos, se o Dow Jones caísse mais de 3%, a Bolsa tranqüilamente teria caído mais de 5%", comentou Fábio Prandini, operador da corretora Elite. "Um dos fatores importantes para essa queda (no mês) é que o pessoal que prefere operar na ponta de venda entrou muito forte no mercado. Eles perderam muito nos últimos exercícios de opções e agora, com esse período de baixa, aproveitaram para fazer a festa", acrescenta. O dólar comercial foi negociado a R$ 1,634 na venda, em alta de 0,43%. A taxa de risco-país disparou 7,30%, para os 191 pontos. "O mercado voltou a se ficar preocupado (com a economia americana)", nota o diretor de câmbio da corretora Pioneer. "Hoje, praticamente todas as moedas se valorizaram frente ao dólar. Além disso, o petróleo ameaça chegar a US$ 150 ainda no início de julho", acrescenta. Na Europa, o índice FTSE, da Bolsa de Londres, caiu 1,47%, enquanto o Dax, da Bolsa de Frankfurt, sofreu queda de 1,98%. Nos EUA, o índice Dow Jones registrou uma rara queda de 3,13%. Notícias Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA revelou que a taxa de desemprego subiu para 5,5%, o pior número desde 1986. No saldo entre geração e corte de postos de trabalho, o governo calculou um decréscimo de 49 mil vagas, ante expectativas de uma redução de 60 mil, conforme projeções do setor financeiro. Pouco mais tarde, o Departamento de Comércio americano deu outra notícia que também não animou os investidores: as vendas do setor atacadista tiveram um crescimento de 1,4% em abril, ante uma expansão de 1,8% em março, e abaixo do esperado pelos analistas, que previam alta de 1,6%. No front corporativo, a Embraer confirmou a venda de um avião modelo Super Tucano para uma subsidiária da Blackwater Worldwide, principal prestadora de serviços de segurança privada do Departamento de Estado dos EUA (e que também presta serviços no Iraque). A ação ordinária recuou 3,55%, para R$ 13,60, nesta sexta-feira.

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