Economia

BNDES pode participar como sócio de fábrica japonesa

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postado em 06/06/2008 20:54
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode participar, por intermédio de sua subsidiária BNDES Participações (Bndespar), como acionista do projeto de instalação de uma fábrica japonesa de semicondutores no Brasil. ;O BNDES pode não só financiar, como a gente pode participar societariamente da indústria de semicondutor, por intermédio do braço de participações [do banco], que é a Bndespar;, afirmou nesta sexta-feira (6/06) o chefe do Departamento de Indústria Eletrônica do banco, Maurício Neves. Ele lembrou que já há algum tempo a instituição tenta fomentar operações no setor de semicondutores no país. Em dezembro do ano passado, foi concedido pelo BNDES financiamento ao Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada do Rio Grande do Sul (Ceitec) e à União Brasileira de Educação e Assistência da Pontifícia Universidade Católica gaúcha (UBEA/PUCRS) para o desenvolvimento do primeiro chip para equipamentos de transmissão de sinais de TV Digital. Os recursos não-reembolsáveis, no valor de R$ 14,6 milhões, foram oriundos do Fundo Tecnológico do banco (Funtec). O Ceitec está desenvolvendo também, em paralelo, uma fábrica de semicondutores que deverá entrar em operação em meados de 2009. Nesta quinta (5/06) , na Bahia, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, teria informado que o BNDES poderá financiar até 100% do projeto da fábrica japonesa, estimado em cerca de US$ 700 milhões. A construção de uma planta de chips funcionaria como uma contrapartida, aceita pelo Japão, quando o Brasil optou pelo padrão japonês para a TV Digital. Dentro de duas semanas, uma equipe do ministério vai ao Japão para discutir a TV Digital. A delegação reforçará a mensagem de que o BNDES poderá ser parceiro no projeto da fábrica de semicondutores, frisou Maurício Neves. Custos Ele explicou que o valor dos projetos da indústria de semicondutor varia de acordo com a tecnologia usada e o modelo de negócios. Afirmou também que o custo do empreendimento não preocupa o banco. ;A nossa preocupação não é exatamente com o valor. Com uma boa empresa do segmento de semicondutores, uma boa estratégia e um bom plano de negócios, o banco vai apoiar, financiando e participando societariamente, conforme o caso;. Dependendo do projeto, o valor pode ser maior ou menor. Maurício Neves analisou que US$ 700 milhões é um valor médio para projetos dessa área, que não representa o ;estado da arte;, uma vez que equivale ao de uma planta de semicondutores com tecnologia de processo que não é considerada uma tecnologia de ponta. Não está descartado também que o BNDES possa participar do capital com uma parte minoritária e financiar o restante. Maurício Neves advertiu, contudo, que a composição vai depender do valor da operação. E acrescentou que ;as empresas que quiserem vir (para o Brasil), sejam japonesas ou não, serão muito bem tratadas e terão prioridade na análise de projetos por parte do BNDES;. Ele admitiu que o Brasil está atrasado na área de semicondutores, em comparação a nações como Japão e Alemanha, por exemplo. ;Ainda há um longo caminho a percorrer;. Mesmo em relação ao chamado BRIC, conjunto de nações em desenvolvimento integrado por Brasil, Rússia, Índia e China, existe defasagem. A China, por exemplo, tem um conjunto de fábricas em implantação e tenta aproveitar o tamanho do mercado interno, ;que é relevante para a indústria eletrônica;, para desenvolver a parte de semicondutores. Em relação à Índia, o chefe de departamento do BNDES revelou que a estratégia é focada mais na parte de projeto. Ou seja, os indianos desenvolvem mais empresas de ;designs; de semicondutores do que fábricas. ;Na parte de design, eles estão muito avançados. Em fábrica, eu diria que o Brasil talvez esteja um pouco à frente, dado que a gente tem um centro de referência, que é o Ceitec;.

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