postado em 07/06/2008 14:28
O Banco do Povo da China (banco central chinês) anunciou neste sábado (07/06) um novo aumento de 1 ponto porcentual na taxa dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais chineses em junho, em mais um esforço para reduzir a expansão da liquidez e a alta da inflação. O aperto de 1 ponto marcou o abandono da prática usual do banco central de aumentos de 0,50 ponto porcentual.
A partir de 15 de junho, os bancos comerciais terão de manter 17% de seus depósitos em reserva e 17,5% dos depósitos a partir de 25 de junho - de uma taxa do compulsório atual de 16,50%. Estes serão respectivamente o quinto e sexto aumentos na taxa do compulsório este ano. A elevação anterior entrou em vigor no dia 20 de maio. Apenas os bancos das áreas atingidas pelo devastador terremoto do mês passado ficaram isentos do novo aumento nos depósitos compulsórios, segundo o banco central chinês.
Os quatro aumentos anteriores na taxa do compulsório foram de 0,50 ponto porcentual cada. A última vez que a China tinha elevado o compulsório em 1 ponto porcentual em um mês foi em dezembro, pouco depois de abandonar sua "prudente" posição de política monetária para atual posição "apertada".
Em nota divulgada em seu site, o Banco do Povo da China repetiu que as elevações na taxa de depósitos compulsórios têm como objetivo "fortalecer a administração da liquidez no sistema bancário", mas omitiu uma referência para guiar o crescimento do crédito que freqüentemente citava como um motivo para justificar aquelas medidas.
Essa mudança no comunicado sugere que as autoridades chinesas estão cada vez mais preocupadas com o fato do dinheiro especulativo de fundos estejam burlando os controles de capital da China e entrando no sistema financeiro local para se beneficiar da antecipada valorização do yuan.Tais fluxos aumentam os riscos de elevação dos preços dos ativos e de fugas repentinas de capital que atingiriam as companhias financeiras locais. Esses fluxos também dificultam os esforços de Pequim para controlar a taxa de inflação de mais de 8% nos últimos meses e evitar a disseminação da alta dos preços, principalmente nos alimentos.