Economia

Alencar nega que crescimento forte do PIB provoque alta da inflação

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postado em 10/06/2008 13:56
O vice-presidente José Alencar disse nesta terça-feira (10/06) não acreditar que o crescimento da economia brasileira provoque a alta da inflação no país. Ao comemorar o índice de crescimento de 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alencar disse que o país não pode ficar "temeroso" quando há oferta por bens de consumo. "Nosso país é de subconsumo. O que precisamos estimular é o crescimento da produção, das ofertas de bens. Daí a razão pela qual bato contra a política monetária restritiva do país porque precisamos crescer. Você não pode achatar o consumo de quem não consome", afirmou. Segundo o IBGE, a alta da economia brasileira no primeiro trimestre de 2008 fez o crescimento em 12 meses atingir um ritmo não visto nos últimos 12 anos. O PIB cresceu 5,8% em 12 meses encerrados no primeiro trimestre deste ano, o que é a maior taxa da série histórica iniciada em 1996. No trimestre frente ao mesmo período de 2007, o crescimento também foi de 5,8%. O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma das riquezas produzidas por um país - é formado pela indústria, agropecuária e serviços. O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Juros Alencar voltou a criticar a recente alta na taxa básica de juros da economia (taxa Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ao afirmar que "juros altos são inibidores de consumo", por isso acredita que são utilizados para combater a inflação. "A nossa taxa básica de juros é dezenas de vezes superior que as taxas do restante do mundo. São muitos países, o Brasil é de primeiro mundo e tem que se colocar ao lado do mercado. Estamos na contramão dos juros." O vice-presidente cobrou uma "conscientização" da equipe econômica para reconhecer que o país está "errado" no que diz respeito à taxa de juros. "Se essas taxas forem mantidas, vamos chegar perto de R$ 1,2 trilhão de juros gastos durante os oito anos de governo do presidente Lula. Se tivéssemos praticado a taxa nominal à metade, ainda assim ela seria alta", afirmou. Na semana passada, o Copom decidiu elevar, por unanimidade, a Selic de 11,75% ao ano para 12,25% ao ano, acompanhando a aposta da maioria dos analistas do mercado financeiro. Foi o segundo aumento seguido da taxa básica de juros no ano para combater a alta recente da inflação. Em abril, o BC realizou o primeiro aumento desde maio de 2005, e os juros subiram de 11,25% ao ano para 11,75%.

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