Economia

Exportações de gemas e jóias devem crescer 33% este ano, prevê setor

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postado em 10/06/2008 20:39
Ao contrário do setor têxtil e de vestuário, que prevê déficit este ano na balança comercial de até US$ 1,8 bilhão em função do câmbio, a cadeia produtiva de gemas e jóias do Brasil estima exportar em 2008 US$ 1,5 bilhão, o que representará crescimento de 33% em relação a 2007. No setor de maior valor agregado, que abrange jóias folheadas e de ouro, o crescimento estimado é de 20%. Na avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBMG), Hécliton Santini, o resultado decorre em grande parte do trabalho que vem sendo realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e também devido ao aumento do preço do ouro no mercado internacional, refletindo em crescimento do preço das jóias e dos componentes. Novos mercados Esse aumento de 33% é fruto de duas vertentes principais. O esforço de exportação que estamos desenvolvendo, inclusive com a abertura de novos mercados, como a Rússia e os países árabes, e também pelo preço do ouro, salientou. Junto com a China, esses são os países que mais têm elevado as importações de gemas e jóias. O aumento das exportações para esses destinos novos e o foco na América Latina compensaram a queda das exportações previstas este ano para Estados Unidos e Europa, informou. Nós vamos compensar essa perda em novos mercados. Hécliton Santini revelou que atualmente o produto brasileiro mais procurado no exterior é a jóia, graças incorporação de um design diferenciado, criativo e alegre, que tem tido bom reconhecimento internacional. Ele explicou que como a jóia, além de agregar esses valores, também agrega mais mão-de-obra, mais tecnologia e mais renda, o esforço maior do setor é para a exportação de jóias, em detrimento de outros produtos com menor valor agregado. Desenho industrial Toda a estratégia de posicionamento das jóias brasileiras no mercado exterior está centrada no desenho industrial. O Brasil ganha prêmios internacionais todo ano. E o desenho de jóias tem feito realmente o diferencial. E isso faz com que o produto de maior valor agregado encontre mercado e a gente deixe de competir pelo preço e passe a competir pela qualidade e pela criatividade. O IBGM participou hoje da abertura da exposição Brasil Fashion, da Apex Brasil e de entidades setoriais ligadas moda, na bolsa de negócios Fashion Business, que ocorre em paralelo ao evento Fashion Rio e integra o calendário nacional oficial da moda. Embora haja diversificação entre os produtores nacionais, Santini revelou que a maior concentração dos exportadores de gemas e jóias do Brasil está no eixo Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O setor tem uma participação ainda reduzida no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país. É menos de 1%, informou Santini. A idéia, porém, é elevar essa participação e agregar mais valor cadeia produtiva. O PIB está crescendo bastante e a gente tem que acompanhar esse crescimento, observou.

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