postado em 11/06/2008 20:45
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, admitiu nesta quarta-feira (11/06) a possibilidade de explorar petróleo na área do pré-sal na África. O executivo afirmou ainda que os geólogos da estatal, naturalmente, aplicam as experiências obtidas no Brasil no continente africano.
"É natural que apliquemos a nossa experiência na África também", afirmou Estrela depois de palestra na sede do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). O diretor disse ainda que, de acordo com seu conhecimento geológico, as indicações são de que a maior parte do pré-sal está na costa sul-americana.
Ele ressaltou, no entanto, que são necessários estudos mais aprofundados para se ter certeza do potencial em águas ultra-profundas africanas.
Estrella citou, na palestra, que boatos no mercado dão conta de que uma gigante petrolífera internacional teria assinado acordo com um governo africano para buscar petróleo na área do pré-sal daquele país.
Tupi
O diretor da Petrobras estimou que serão necessários entre cinco e dez plataformas de produção no campo de Tupi, na área de pré-sal da bacia de Santos. Segundo ele, a produção no megacampo seria de ao menos 500 mil barris/dia de petróleo. O pico dessa produção deve ocorrer entre 2015 e 2020. Estrella acrescentou que a primeira fase do projeto de Tupi prevê a produção de 12 poços por meio de duas plataformas de teste, sendo a primeira com capacidade para 30 mil barris/dia e, a segunda, chegando a 100 mil barris/dia.
O custo estimado para que os poços sejam perfurados e entrem em operação chega a US$ 1 bilhão. O diretor, no entanto, não precisou o valor das plataformas.
Estrella admitiu ainda a possibilidade de que os campos na área do pré-sal sejam unificados. Ele explicou que o assunto está sendo avaliado na empresa e vai depender do mapeamento dos limites das acumulações de petróleo. Existe a possibilidade de que essas acumulações se estendam até blocos vizinhos que, em alguns casos, pertencem a outras empresas. "Existem estimativas de que isso (unificação) vai ser necessário".