postado em 12/06/2008 10:28
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sem novidades que pudessem piorar o cenário de juros no País e as vendas no varejo nos Estados Unidos melhores que o esperado dão um alívio para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta quinta-feira (12/06), depois de quatro pregões consecutivos de baixa. Após abertura do pregão, o índice Bovespa chegou a subir 1,35% a 67.696 pontos, mas, por volta das 10h10 (de Brasília), o indicador devolvia parte dos ganhos e avançava 1,24%, a 67.622 pontos.
No exterior, os índices futuros das Bolsas norte-americanas ampliaram os ganhos, reagindo à queda dos preços do petróleo, que hoje é cotado abaixo de US$ 134,00 o barril em Nova York, e ao crescimento de 1% nas vendas no varejo em maio, o dobro do previsto pelos analistas. Além dos dados fortes no mês passado, as vendas de abril foram revisadas em alta. Com isso, o Nasdaq futuro subia 0,84% e o S 500 marcava valorização de 0,67%, às 10h13. Na Europa, o tom também é positivo. No mesmo horário, a Bolsa de Londres avançava 0,64%.
Essa recuperação esboçada no início dos negócios nesta quinta-feira já era esperada para quarta-feira (11/06), mas as preocupações com a inflação, no Brasil e no exterior, e o medo de um aperto monetário mais intenso do que o imaginado, impediram qualquer tentativa de melhora. O alerta vermelho da inflação continua piscando, mas a Bolsa brasileira caiu muito nos últimos quatro dias (-6,2%), elevando para 8% as perdas acumuladas neste mês de junho, reduzindo para 4,55% os ganhos no ano. A avaliação de analistas é de que a volatilidade deve continuar presente nos negócios no curto prazo, refletindo o nervosismo que impera nos mercados de matérias-primas (commodities).
Ações
Aqui, as ações da companhia de bebidas AmBev podem reagir à notícia de que fabricante da cerveja Budweiser, a norte-americana Anheuser-Busch, recebeu uma oferta de compra no valor de US$ 46 bilhões feita pela InBev, companhia resultante da brasileira AmBev com a belga Interbrew. De acordo com um comunicado distribuído pela InBev, a oferta de US$ 65 por ação representa um prêmio imediato de 35% sobre o valor médio das ações da Anheuser-Busch nos 30 dias anteriores à recente especulação do mercado e de 18% sobre o maior valor das ações da empresa, registrado em outubro de 2002, de US$ 54,97.
Às 10h16, as ações preferenciais (PN) da AmBev subiam 0,75% a R$ 107,00 na Bovespa.
Agenda
O risco do dia é a aparição pública do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke. Ele estará às 12h30 (de Brasília) na inauguração da nova sede do Fed de Kansas City, em Kansas City (Missouri). Normalmente, eventos como este não rendem comentários sobre política monetária. Mas após as declarações atípicas de Bernanke sobre o dólar, novas surpresas podem vir.