Economia

Compra de produtora da Budweiser é "próximo passo natural", diz InBev

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postado em 12/06/2008 17:43
A combinação entre a companhia belgo-brasileira de cervejas InBev e a Anheuser-Busch (AB) é o "próximo passo natural" na evolução de acordos de parceria iniciados entre ambas há 28 anos, disse nesta quinta-feira o executivo-chefe da empresa, Carlos Brito. A AB informou ter recebido ontem a oferta de aquisição - de US$ 65 dólares por ação, paga em dinheiro, o que significa uma oferta total de US$ 46 bilhões. "Estamos muito animados com essa combinação", disse Brito, em teleconferência realizada nesta quinta-feira (12/06). Ele disse que a combinação é também um modo de fazer com que a marca Budweiser ganhe mais presença no mercado mundial. "A Budweiser é uma das marcas de cerveja mais conhecidas no mundo e é nossa intenção fazer com que chegue mais longe." As duas empresas tem uma parceria de 28 anos, quando começaram com um acordo de distribuição no Canadá, que se expandiu para a Coréia do Sul e recentemente com um acordo de vendas nos EUA. Sobre o preço a ser pago pela empresa à AB, Brito disse ser "um preço justo". Segundo ele, esse valor representa um prêmio de 18% sobre o pico de preços atingido pelas ações da AB - US$ 54,97 por ação, em outubro de 2002. "Acreditamos que é o preço correto." Brito disse que a InBev (dona das marcas Stella Artois, Leffe, Beck´s e Brahma) teve um primeiro trimestre "duro" e que há a expectativa de melhora no segundo, mas o negócio com a AB tem perspectivas para o longo prazo. O lucro líquido da cervejaria belgo-brasileira InBev, líder mundial em termos de volume, caiu 11%, para US$ 382 milhões no primeiro trimestre deste ano. A empresa teve um início de ano difícil, especialmente no Brasil, com o aumento dos custos das matérias-primas. A expectativa era de um lucro em torno de US$ 491 milhões e US$ 506 milhões. No Brasil, as vendas de cerveja foram afetadas pelo carnaval ter acontecido muito cedo (início de fevereiro), o que encurtou o período de férias de verão, além da forte inflação (mais de 11%) no setor de alimentação, segundo a Inbev. "Tivemos trimestres difíceis antes, isso não é desculpa para não buscarmos o melhor interesse da empresa", afirmou Brito. Expansão Ele disse ser difícil fazer uma expansão de produtos para outros países quando não há uma marca que seja familiar aos consumidores. "Essa é a diferença aqui: a marca Budweiser é conhecida pelos consumidores, mas não está disponível em alguns países. Temos assim a oportunidade de preencher essa lacuna." A Inbev foi criada em 2004 a partir da fusão entre a belga Interbrew e a brasileira AmBev. A empresa é a segunda maior cervejaria mundial em termos de faturamento, atrás apenas da Anheuser-Busch (AB). A marca Budweiser é vista como um ícone nos EUA e a reação dos fãs da cerveja é de que a venda para uma empresa estrangeira seria algo negativo, segundo pesquisa realizada pelo diário americano "Jacksonville Business Journal", citado em reportagem desta quinta-feira no site da revista britânica "The Economist". Segundo a pesquisa, 80% dos consultados pelo diário americano desejam que a Anheuser-Busch "permaneça em mãos americanas", diz a "Economist".

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