postado em 13/06/2008 11:25
Os ministros de Finanças do G8 (Grupo dos Oito, que reúne as sete nações mais ricas do mundo e a Rússia) estudam, a partir desta sexta-feira (13/06), em Osaka (Japão), o risco da pressão inflacionária - derivada da alta de preços dos alimentos e do petróleo - para o crescimento econômico mundial.
Entre fortes medidas de segurança, surpreendentes em uma nação tão pacífica, os representantes de Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Rússia, Japão e Alemanha abriram reunião de dois dias com um debate sobre a inflação alimentícia com ministros de alguns países afetados, como Brasil e China.
O momento econômico é complicado, com o barril de petróleo beirando os US$ 140, os preços dos alimentos básicos em alta - o que ameaça principalmente os países pobres -, a persistência da crise hipotecária nos EUA e a fraqueza do dólar.
O anfitrião da reunião, Fukushiro Nukaga, disse antes do início da reunião, em entrevista coletiva, que espera que os países do G8 "alcancem um entendimento comum" sobre como diminuir o risco de aumento dos preços de matérias-primas, já que isto é um problema para a economia mundial.
A reunião formal do G8 termina neste sábado (14/06), mas nesta sexta-feira já houve um jantar conjunto dos oito ministros com representantes de Brasil, Austrália, Tailândia, China, Coréia do Sul e África do Sul, que transmitiram sua impressão sobre a situação econômica. Também houve vários encontros bilaterais entre os participantes.
Um desses encontros foi entre os representantes de Japão, EUA, Reino Unido e do Banco Mundial, que pediram aos países ricos para fornecer dinheiro ao fundo contra a mudança climática que essas três nações impulsionam, e para o qual querem reunir US$ 10 bilhões antes do fim de ano.
O objetivo é desenvolver energias limpas no mundo em desenvolvimento, mas, por enquanto, só foi obtido metade dos US$ 10 bilhões. O fundo seria administrado pelo Banco Mundial.
Outro encontro bilateral foi protagonizado pelo japonês Nukaga e pelo secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, que analisaram a situação do dólar. Em declarações posteriores, eles disseram que é preciso observar minuciosamente a evolução dos mercados.
Recentemente, diversos funcionários americanos expressaram sua preocupação com a fraqueza do dólar, e Paulson sugeriu esta semana que os Estados Unidos poderiam intervir no mercado para estimular a cotação da divisa americana.
Ao contrário de outros encontros, a ausência dos governadores dos bancos centrais das principais áreas monetárias em Osaka diminuirá o protagonismo do debate sobre as taxas de juros e as divisas, apesar de ser difícil de evitar a influência da fraqueza do dólar na escalada do preço do petróleo.
A atenção estará mais colocada no comunicado que será emitido amanhã pelos líderes das finanças mundiais ao término de sua reunião, no que se refere à alta do preço do barril de petróleo.
No entanto, o provável é que o G8 reitere o apelo que fez em fevereiro à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a seu grupo irmão, o G7 (grupo das sete nações mais ricas), durante uma reunião em Tóquio, para que se aumente a produção.
Esta reunião de ministros de Finanças do G8 é uma das mais importantes organizadas pelo Japão durante sua Presidência anual e é uma prévia da cúpula de líderes de Estado que será realizada na ilha de Hokkaido entre 7 e 9 de julho.
Para o encontro econômico, as autoridades japonesas colocaram nas ruas de Osaka cerca de seis mil policiais para um rígido controle de segurança que fechou avenidas ao redor do Centro de Convenções de Osaka e que contrasta com o tranqüilo cotidiano da vida japonesa.