postado em 16/06/2008 18:53
O bioma amazônico deverá ser uma das áreas de restrição total para expansão da cana-de-açúcar, que serão definidas pelo zoneamento agroecológico da cultura. A informação foi dada nesta segunda-feira (16/06) pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que anunciou para 31 de julho a apresentação do mapeamento.
;Como princípio inicial, a Amazônia está fora;, afirmou Stephanes, após participar de reunião para discutir o zoneamento. No entanto, disse ele, o acordo final sobre a possibilidade de utilização de áreas de floresta para plantio de cana-de-açúcar será ;uma decisão de governo;, e não só do ministério.
O zoneamento agroecológico definirá em que áreas a cana-de-açúcar poderá ser produzida. O mapa valerá apenas para expansão da cultura, sem afetar os atuais produtores.
O Ministério da Agricultura já concluiu o mapeamento das áreas aptas a produzir cana-de-açúcar, o das áreas proibidas, como unidades de conservação e reservas indígenas, e o das áreas degradas e de pastagem, que, de acordo com Stephanes, serão utilizadas preferencialmente. Somente na Região Centro-Oeste, foram identificadas mais de 50 milhões de hectares de áreas aptas.
;Falta definir os critérios para estabelecer outras áreas de restrição. Por exemplo, se o bioma amazônico será todo ou não-todo (restrito), definir eventuais exceções;, afirmou.
Núcleos
Atualmente, a produção de cana-de-açúcar no bioma amazônico (que não inclui estados como Mato Grosso e Maranhão, que fazem parte da Amazônia Legal) está restrita a poucos núcleos ; cerca de cinco ; segundo Stephanes, entre eles áreas de usinas já desativadas no Amazonas e no Acre.
O ministro ressaltou que outras culturas poderão ser substituídas pela da cana-de-açúcar ;se o planejamento envolver essa necessidade;. ;Em principio, não se deseja a substituição de cultura. Mas se você tem uma usina com uma área de pastagem ao lado, e logo em seguida, uma de (outra) cultura e novamente uma de pastagem, não se poderá ;pular; a área de cultura (diferente da cana).;
Após a apresentação em julho, o zoneamento da cana-de-açúcar ;vai ser entregue ao governo, que vai tomar decisões de governo;, afirmou Stephanes. Depois de finalizada pelo Executivo, a proposta deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional.