postado em 17/06/2008 08:10
A competição acirrada entre as escolas particulares leva muitos empresários a buscar diferenciais para conquistar os clientes. Uma estratégia cada vez mais comum é o oferecimento de cursos de idiomas dentro dos colégios. São aulas ministradas por escolas de línguas estrangeiras conhecidas na cidade cujas turmas são definidas pelo grau de conhecimento da criança e não pela série em que estuda. A forma de ministrar o curso varia conforme o acordo firmado. Há aulas que ocorrem no próprio colégio e as que o aluno é levado para o centro de ensino de inglês. Independentemente da modalidade do convênio, parece ser uma boa alternativa para atrair os pais de alunos.
;Se não fosse o convênio da escola dos meus filhos com a Thomas (Jefferson), só a mais velha estaria fazendo inglês e eu precisaria levá-los de um lado ao outro;, avalia Ana Paula Alasmar Freddi, administradora de empresa. Seus dois filhos estudam no Moraes Rêgo e, duas vezes por semana, assistem a aulas de inglês na Casa Thomas Jefferson, localizada ao lado do colégio na Asa Sul. Para facilitar o trânsito das crianças, as duas escolas abriram uma passagem entre os terrenos.
No Inei da Asa Norte, o processo é o mesmo. Duas vezes por semana, os alunos atravessam os muros do colégio e seguem para a aula de inglês na Thomas situada no lote vizinho. Tudo no turno letivo. Cada aluno assiste às aulas dos cursos regulares oferecidos pela escola de inglês de acordo com seu nível no idioma. ;Resolvemos, assim, as diversidades de conhecimento dos nossos estudantes;, diz Hirma Paredes, diretora administrativo-financeira do Inei.
A opção pela terceirização do ensino de inglês além de agradar muitos pais, configura-se como uma boa estratégia de negócios. ;Os contratos feitos diretamente com as escolas reduzem nossos custos (aproveitam-se os horários de salas ociosas). Além disso, trabalhamos com turmas fechadas de 18 alunos e não precisamos nos preocupar com possíveis cancelamentos;, afirma Paula Pacheco, coordenadora de projetos especiais da Thomas. ;Foi uma estratégia adotada para fidelizar alunos, o que, de fato, aconteceu;, comemora Hirma Paredes.
No Sigma, a parceria tem moldes diferentes. O colégio abriu as portas para a Atlantic Idiomas, escola de línguas fundada exclusivamente para atender os estudantes matriculados no centro de ensino. Os cursos de inglês e espanhol são ofertados no turno contrário ao do aluno. ;É um atrativo para o pai que deixa o filho na escola e não tem necessidade de se preocupar com transporte, alimentação (há um restaurante no local) e segurança;, afirma Ronaldo Wungh, diretor pedagógico do Sigma. Para Henrick Oprea, um dos sócios da Atlantic, foi uma boa opção de reduzir as despesas de abertura da empresa. Os espaços do colégio são aproveitados quando ele está mais vazio.
Para Leonardo Cirino, diretor de Marketing da rede CNA, o oferecimento de cursos de inglês pelas escolas regulares é uma tendência que será mantida nos próximos anos. ;Antes a educação se valia da tradição. Hoje, assumiu característica de negócio e, por isso, os colégios correm atrás de diferenciais;, afirma o executivo.