postado em 17/06/2008 08:28
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do Reino Unido ficou em maio em 3,3%, em taxa anualizada, contra 3% do mês anterior, o número mais alto desde 1997, segundo os dados do Escritório Nacional de Estatística (ONS, na sigla em inglês) publicados nesta terça-feira (17/06).
Já o Índice de Preços no varejo (RPI, em inglês), que inclui o pagamento dos juros das hipotecas e que é usado no país para calcular os aumentos de salários, as pensões, o imposto municipal e os pagamentos hipotecários, ficou em 4,3%, contra 4,2% de abril.
A ONS atribuiu o aumento da inflação às contas das famílias em eletricidade, gás e combustível, que subiram 11,2% em relação ao mesmo mês de 2007, seu maior aumento desde janeiro de 1997, quando começou a ser medido o IPC; e aos alimentos e às bebidas não alcoólicas, que encareceram 7,8%. Além disso, o transporte subiu 6,2% (sem incluir o impacto dos combustíveis) e a educação, 13,2%.
O IPC volta a se situar acima do objetivo do governo, fixado em 2%, e supera pela segunda vez desde 1997 os 3%, o que obriga o governador do Banco da Inglaterra (banco central britânico), Mervyn King, a enviar uma carta de explicação ao ministro da Economia, Alistair Darling. O Banco da Inglaterra publicará durante esta manhã manhã a carta de King a Darling, que lhe responderá ao longo do dia.
A única vez que até o momento um ministro da Economia do Reino Unido tinha sido obrigado a escrever ao governador do banco central foi em abril de 2007, depois que a inflação tinha alcançado no mês anterior 3,1%. Além do objetivo governamental, o IPC de maio superou as expectativas do mercado, que tinha previsto 3,2%. A inflação manteve uma tendência contínua de alta no Reino Unido desde agosto de 2007, quando estava em 1,8%.
Em seu último relatório trimestral sobre inflação, publicado em maio passado, o Banco da Inglaterra indicava que era provável que o IPC se mantivesse acima de 3% várias vezes durante o ano.
O relatório do órgão emissor previa inclusive que o IPC superaria 4% ao longo de 2008 e que com toda probabilidade se mantivesse acima de 3% durante boa parte de 2009.
Durante os últimos meses, o Banco da Inglaterra combinou uma preocupação com o arrefecimento econômico com o temor a um aumento dos preços. Assim, o Comitê de Política Monetária do banco central britânico manteve em sua reunião de junho as taxas de juros em 5%.
Deste modo, o emissor deixou inalterado pelo segundo mês consecutivo o preço do dinheiro, depois que em dezembro, fevereiro e abril o rebaixou em 0,25 ponto percentual. Agora, alguns analistas afirmam que o banco central poderia inclusive subir as taxas de juros nos próximos meses.