postado em 17/06/2008 11:29
O resultado do comércio varejista em abril indica que o brasileiro já está começando a procurar alimentos mais baratos devido à inflação. Enquanto o volume de vendas do subsetor de super e hipermercados cresceu 0,5% em abril, na comparação com o mês anterior, a receita nominal desse segmento caiu 6,4% no mesmo período, segundo constatação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"O volume de vendas de super e hipermercados permaneceu estável, mas a receita caiu consideravelmente. Pode estar havendo substituição de produtos, as pessoas devem estar buscando alimentos mais baratos", afirmou um dos coordenadores da Pesquisa Mensal do Comércio, Nilo Lopes de Macedo.
As vendas do comércio varejista do país cresceram 0,2% em abril, na comparação com o mês anterior, informou nesta terça-feira o IBGE. Em relação a abril de 2007, porém, houve expansão de 8,7%.
Incluídas as vendas de produtos alimentícios fora de super e hipermercados, bebidas e fumo, houve variação negativa de 0,1% no volume de vendas, em abril, na comparação com março. A receita nominal do setor cresceu 0,4% no período.
O resultado do setor, na comparação com abril de 2007, mostra elevação de apenas 0,6%, forte desaceleração em relação aos 8,5% verificados em março. Trata-se da menor variação desde abril de 2005, quando as vendas de super e hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo havia caído 1,2% frente a igual período no ano anterior.
"A alta em relação ao ano passado, no resultado geral, é razoável. Teria sido maior caso o comportamento do grupo ligado aos alimentos tivesse sido melhor. Se esse segmento tivesse mantido os patamares desse ano, o comércio teria crescido mais de 10%", afirmou Reinaldo Silva Pereira, também responsável pela pesquisa.
Para Nilo Lopes de Macedo, o resultado indica "certa estabilidade". Ele admitiu que há uma pequena desaceleração, mas ressaltou que ainda não é possível indicar se isso é uma tendência. Na média móvel trimestral, o volume de vendas do comércio apresentou a menor variação positiva (0,30%) desde o início do ano passado.