postado em 17/06/2008 16:24
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, pediu nesta terça-feira (17/06) que a China tome mais medidas para abrir seu mercado, no momento em que ambos os países iniciam um "diálogo econômico estratégico" nas imediações de Washington.
Paulson ressaltou na abertura do encontro de dois dias em Annapolis (Maryland, leste) que as dificuldades econômicas que os dois países enfrentam não deveriam ocasionar restrições sobre intercâmbios comerciais ou investimentos.
"Ao mesmo tempo que enfrentamos os desafios atuais, devemos também nos concentrar nos fundamentos a longo prazo que constituem a base de um crescimento duradouro em nossos dois países", afirmou.
"Durante estes dois dias ressaltarei que o livre comércio, a competição e economias abertas são essenciais. A abertura do comércio gera empregos e oportunidades para que as pessoas possam sair da pobreza, e são necessários para o crescimento e a estabilidade tanto na China como nos Estados Unidos", reiterou.
Politização
Esta reunião, da qual participa o vice-primeiro-ministro chinês Wang Qishan, tem também como objetivo reduzir a tensão em torno da política cambial e reforçar a segurança energética. Wang frisou que é necessário não politizar as questões econômicas.
"Em um esforço para resolver os desentendimentos e as divergências entre os dois países através do diálogo, e para reduzir os desentendimentos, deveríamos evitar que as grandes questões econômicas sejam politizadas e complicadas", afirmou.
"Discussões profundas e uma coordenação entre as duas partes em termos de políticas macroeconômicas e financeiras conduzirão à manutenção da estabilidade financeira dos dois países e da economia internacional", acrescentou.
Protecionismo
China e Estados Unidos expressaram preocupação com as pressões protecionistas que aumentaram devido a dificuldades econômicas, alimentadas por um aumento do preço dos combustíveis e dos produtos alimentícios e pela instabilidade dos mercados financeiros.
Durante os dois dias de negociações, os representantes americanos devem abordar também a questão do valor do yuan que, segundo Washington, é mantido em nível artificialmente baixo, o que afeta a balança comercial entre ambos os países.