Economia

Inflação só estará sob controle em 2009, estima Fipe

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postado em 18/06/2008 19:03
A leve queda no índice de inflação registrada no último relatório do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado nesta quarta-feira (17/06) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), de São Paulo, não significa que, em breve, a alta de preços verificada nos últimos meses estará sob controle. A afirmação foi feita pelo coordenador do IPC, Márcio Nakane. Para ele, a inflação só deverá voltar aos patamares de 2005 e 2006 ; ;auge da eficácia do sistema econômico do governo;, segundo ele ; a partir do segundo de semestre do ano que vem. ;Podemos comparar a inflação a um atleta;, disse Nakane, em entrevista. ;O atleta diminuiu a velocidade de sua corrida, mas continua correndo.; De acordo com a Fipe, em São Paulo, a inflação foi de 1,26% na segunda quadrissemana de junho (de 16 de maio a 15 de junho). O índice é pouco menor do que o da quadrissemana anterior (de 8 de maio a 7 de junho), que ficou em 1,30%. No entanto, é bem do que os resultados da segunda quadrissemana de junho de 2005 e 2006: 0,07% e - 0,50% (0,50% negativos), respectivamente. Segundo Nakane, no curto prazo, a inflação deve continuar caindo, mas não de forma acentuada. Para o economista, só em 2009 serão sentidos os efeitos das medidas tomadas pelo governo para conter a alta de preços ; desoneração de alguns produtos, aumento do superávit primário e, principalmente, aumento da taxa básica de juros. ;Se não tivermos mais nenhuma surpresa, devemos retomar os patamares de 2005 e 2006 ao longo de 2009, a partir do segundo semestre." ;Concordo com a política restritiva imposta pelo Banco Central;, disse o economista. Para ele, só o aumento da Selic poderá pôr em equilíbrio a demanda e a produção da economia nacional, e assim conter a inflação. Desoneração Nakane ressaltou, entretanto, que não é favorável às medidas tomadas pelo Ministério da Fazenda. ;Desonerar produtos não reduz consumo e, por isso, não ajuda no longo prazo. Já o corte de gastos públicos seria mais eficaz que o aumento do superávit primário.; Quanto aos preços dos alimentos, responsáveis pela alta dos índices de inflação registrados nas últimas pesquisas e cujo índice de aumento nesta quadrissemana chegou a 3,66%, Nakane afirmou que a tendência é a mesma: pequena desaceleração em curto prazo, mas inflação sob controle só em 2009. ;A expectativa é de desaceleração do aumento, mas os preços, em geral, não cairão. O valor de mercado dos alimentos atingiu um novo patamar e não deve retomar níveis anteriores;, concluiu.

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