postado em 19/06/2008 07:54
De olho na disparada da inflação, o Banco Central decidiu usar o câmbio como aliado para conter o ímpeto das remarcações generalizadas de preços. Desde o início deste mês, a instituição vem reduzindo sistematicamente sua presença no mercado. Tanto que, no leilão de ontem para retirar o excesso de dólares no sistema financeiro, comprou apenas US$ 34 milhões, um terço da média diária de junho.
Com isso, a cotação da moeda americana ameaçou, pelo segundo dia consecutivo, romper o piso de R$ 1,60. O dólar encerrou o dia valendo R$ 1,607, com baixa de 0,06% em relação à véspera. É a menor cotação desde 20 de janeiro de 1999, quando a divisa foi negociada a R$ 1,57.
Na avaliação de Mário Paiva, analista da Liquidez Corretora, se o BC mantiver essa postura mais arredia, é possível que o dólar seja negociado, ainda nesta semana, abaixo de R$ 1,60. ;É bem provável que isso aconteça;, afirmou. ;Nas minhas projeções, vejo o dólar cotado a R$ 1,50 ao longo do ano;, acrescentou.
Para ele, ao deixar a moeda americana ;derreter;, o BC está tentando criar uma espécie de amortecedor para compensar a forte elevação de preços dos produtos agrícolas e do petróleo no mercado internacional. O dólar mais barato ;come; um pedaço do encarecimento desses produtos e, por tabela, reduz a pressão sobre a inflação.
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