postado em 20/06/2008 08:27
Uma onda de pessimismo varreu o mercado financeiro em relação à América Latina, diante da decisão dos governos do México e do Uruguai de congelarem preços dos alimentos para conter a inflação. Os investidores taxaram a medida como ;desesperada;, pois, se, num primeiro momento, tende a impedir a escalada inflacionária, pode levar os índices de preços a patamares mais altos do que os registrados antes do congelamento.
O grande temor é de que esse caminho, já adotado pela Argentina e a Venezuela e cogitado pela Bolívia, seja seguido por países que têm optado por combater a inflação com instrumentos mais ortodoxos, como a elevação das taxas de juros. Nesse grupo está o Brasil. ;Seria estarrecedor se a América Latina decidisse repetir os erros do passado, que só resultaram em desastres econômicos;, disse Vitória Saddi, analista para a América Latina da consultoria RGE Monitor, com sede em Nova York.
Para não deixar dúvidas em relação ao Brasil, quando indagado pelo Correio sobre o tema, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi taxativo. ;Não opino sobre a política de países amigos, mas, aqui, não faremos nada disso;, afirmou (leia na página 14). Desde abril, disse ele, o Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) de 11,25% para 12,25% ao ano. O governo também aumentou o superávit primário (economia para o pagamento de juros) em 0,5 ponto percentual. São medidas impopulares, mas que se têm mostrado mais eficazes que estripulias como o congelamento de preços.
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