Economia

OMC abre caminho para Brasil aplicar sanções comerciais aos EUA

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postado em 20/06/2008 14:03
A Organização Mundial do Comércio (OMC) abriu formalmente, nesta sexta-feira (20/06), o caminho para que o Brasil possa aplicar sanções comerciais contra os Estados Unidos, frente à persistente recusa em eliminar seus subsídios ilegais ao algodão. Os dois países estão envolvidos em uma disputa comercial que já dura cinco anos e que hoje teve sua última etapa, na qual árbitros da OMC confirmaram que os EUA descumpriram sua obrigação de eliminar vários juros de subsídios a seus produtores de algodão que haviam sido declarados ilegais pela mesma organização. Esta sentença reitera, assim, as conclusões a que chegou outro grupo de analistas da OMC em 2005 e que Washington se nega a aplicar. Desde então, o Brasil se absteve de recorrer às medidas de represália comercial contra os EUA que lhe foram autorizadas. No entanto, a delegação brasileira garantiu nesta sexta-feira, diante da OMC, em reunião com os outros países-membros, que aplicará estas sanções, embora não tenha estabelecido prazo para isto e tenha dito que espera que, nesta oportunidade, os EUA cumpram a decisão arbitral. Os representantes brasileiros lembraram ainda que as subvenções aos comerciantes de algodão americanos não são uma questão que preocupa apenas o Brasil, mas também outros países. Nesta prolongada controvérsia, o Brasil recebeu o apoio de vários países, particularmente dos produtores de algodão africanos (Mali, Chade, Burkina Faso e Benin), que há anos vem responsabilizando os subsídios pela forte queda do preço do algodão no mercado internacional. Segundo informação oficial do Brasil, os EUA pagaram US$ 12,5 bilhões a seus produtores de algodão entre 1999 e 2003, o que lhe permitiu manter o segundo lugar na produção mundial desta fibra. A delegação americana respondeu à brasileira na reunião de hoje e afirmou que as informações nas quais se basearam os árbitros para emitir seu veredicto perderam vigência. E completou dizendo que as condições atuais do mercado são muito diferentes das de dois anos atrás.

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