Economia

FMI eleva previsão de crescimento dos EUA para 1%

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postado em 20/06/2008 15:14
O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta sexta-feira (20/06) que elevou em 0,5 ponto sua previsão de crescimento para os Estados Unidos, cuja economia crescerá 1% este ano, após constatar um desempenho melhor do que o esperado no primeiro trimestre. "Os dados de produtividade foram muito favoráveis no primeiro trimestre", disse o primeiro vice-diretor-gerente do FMI, John Lipsky, o número dois da entidade, em entrevista coletiva. A economia dos Estados Unidos cresceu 0,9%, em termos anuais, entre janeiro e março, frente ao 0,6% do último trimestre de 2007, segundo os últimos dados oficiais. O FMI também aumentou seu cálculo de crescimento para 2009, quando a maior economia do mundo avançará 0,8%. Em abril, havia previsão de crescimento de 0,5% para este ano e de 0,6% para 2009. Lipsky disse que a recuperação será mais lenta do que o observado nos Estados Unidos, após períodos de fragilidade econômica. Para a segunda metade deste ano, o FMI prevê um crescimento menor que a média em todos os países industrializados. Além disso, os países emergentes serão um bastião econômico, o que ajudará a puxar as nações ricas, na opinião do organismo. Na América Latina, em particular, o perigo é a inflação, mais do que um arrefecimento econômico, afirmou na entrevista coletiva Anoop Singh, encarregado do FMI para essa região. Juros Considerando que os números econômicos dos Estados Unidos foram melhores do que o antecipado, o Fundo recomendou ao Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manter as taxas de juros inalteradas, após as reduções drásticas desde agosto, quando os problemas no mercado imobiliário detonaram a turbulência financeira. Os analistas privados acreditam que o Comitê do Mercado Aberto do Fed compartilha a visão do Fundo, e que não alterará a taxa de juros em sua reunião nas próximas terça e quarta-feira. Para a instituição multilateral, há "sinais" de que as perspectivas de inflação estão em alta nos Estados Unidos. Por isso, disse que é possível que o Federal Reserve tenha que elevar as taxas de juros "rapidamente", após consolidada a recuperação econômica. Em todo caso, o FMI destacou que o "caráter extraordinário" das crises financeira e imobiliária "gera uma grande incerteza" ao estimar o provável desempenho da economia. Por um lado, afirmou que é possível uma recuperação mais rápida, e por outro, disse que "existe uma possibilidade preocupante" de que o arrefecimento econômico gere mais perdas bancárias. Liquidez O FMI deu crédito ao Fed por aumentar a liquidez, e com isso melhoraram as condições nos mercados, mas não descartou que voltem os problemas que levaram ao colapso do banco de investimento Bear Stearns. Se isso acontecesse, sugeriu ao banco central prorrogar o vencimento dos empréstimos que oferece às instituições financeiras. No terreno imobiliário, para o FMI, "está claro" que os preços cairão ainda mais, e disse que existe o risco de uma queda "excessiva", maior do que estaria justificado, como costuma acontecer quando explodem as bolhas econômicas. Por isso, o organismo disse apoiar as propostas debatidas atualmente no Congresso dos Estados Unidos, para oferecer novas ajudas aos proprietários que estão em situação complicada. Os analistas do FMI fizeram sua avaliação da economia americana após reuniões com as autoridades econômicas dos Estados Unidos. Além disso, apresentarão seu relatório ao Conselho Executivo da instituição, que representa seus 185 membros.

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