postado em 20/06/2008 19:08
O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, admite que a aceleração da inflação medida pelos Índices Gerais de Preços (IGPs) pode estar criando um elemento de sustentação inflacionária, à medida em que os índices são indexadores de alguns contratos e tarifas.
"Estamos num momento delicado. Se houver uma percepção de que o governo não está conseguindo conter o avanço da inflação, pode realmente ocorrer um descontrole, mas acho que isso não se concretizará", disse Quadros. Ele explicou que, para este ano, o principal impacto dos IGPs para a inflação ao consumidor deve ocorrer no reajuste das tarifas de energia elétrica em julho em São Paulo e no final do ano no Rio de Janeiro. Lembra, porém, que o IGP é um dos parâmetros usados no reajuste, mas não o único. "Não é um repasse de um por um, o que significa que, na média, o efeito não é tão correlacionado".
Para o economista, a escalada dos IGPs "é um fator de persistência inflacionária neste momento", o que pode indicar uma tendência de alta na inflação. Hoje, a FGV divulgou o resultado da segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de junho, que mostrou inflação de 1,83%, maior resultado em mais de quatro anos