Economia

Reunião do BC americano deve agitar o mercado

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postado em 23/06/2008 08:29
A reunião do Fed (o banco central dos EUA) será o evento mais esperado da semana. Mais do que a decisão em si, o que analistas e investidores esperam é pela nota que o Fed divulgará após seu encontro, que pode dar sinais sobre o futuro da política monetária no país. O Fomc - comitê do Fed que define a taxa de juros - irá divulgar sua decisão na quarta-feira (25/06). A expectativa é que a taxa básica de juros dos Estados Unidos seja mantida nos atuais 2% anuais. Mas a agenda não se reduz ao encontro dos dirigentes do Fed. Diferentes dados irão ser conhecidos nos próximos dias. A quarta-feira terá dados como o de estoque de petróleo e derivados nos EUA, vendas de imóveis novos em maio e o mais recente levantamento sobre as solicitações de empréstimos imobiliários no país. Na quinta-feira (26/06) será divulgado o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos referente ao primeiro trimestre. Os dados de gastos pessoais dos norte-americanos em maio e o resultado da inflação medida pelo índice PCE fecham a agenda americana na sexta (27/06). "Para a semana, destacamos a reunião do Fomc na quarta-feira. A agenda americana está carregada também com o índice de inflação PCE (deflator dos gastos das famílias) e o índice de confiança do consumidor, na sexta-feira. Já na agenda interna, os índices de inflação, com destaque para o IGP-M, na sexta-feira, poderão continuar impactando o desempenho dos investimentos em Bolsa", avalia a equipe de análise da corretora Coinvalores. No Brasil, onde a preocupação com os índices de preços também é grande, a divulgação do IPCA-15 na quarta-feira e a do IGP-M de junho na sexta-feira pode influenciar o desempenho do mercado. A alta dos preços tem feito os analistas se perguntarem até quanto o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) terá de elevar a taxa básica de juros (Selic), que neste momento está em 12,25% ao ano. Segundo a mais recente pesquisa Focus, feita pelo Banco Central com cem instituições financeiras, a previsão é que a taxa Selic alcance 14,25% no final do ano. Dessa forma, será acompanhado com atenção o relatório trimestral de inflação que o BC vai divulgar na quarta-feira. Câmbio O que tem ajudado um pouco o Banco Central no controle inflacionário é o baixo nível do dólar. A moeda norte-americana encerrou as operações de sexta-feira negociada a R$ 1,606, em seus menores níveis desde janeiro de 1999. Se o dólar estivesse em alta, poderia pressionar o preço de insumos importados, favorecendo a elevação dos índices de inflação. "A agenda da semana, que tem em um dos destaques o relatório trimestral de inflação do BC, que sai na quarta-feira, deve adicionar cautela ao mercado doméstico", diz Miriam Tavares, diretora da corretora de câmbio AGK. "A moeda americana deve oscilar perto de R$ 1,60, ou até romper esse patamar [para baixo], se o dólar continuar em queda ante as principais moedas nos mercados internacionais e as expectativas do investidor global não se deteriorarem de forma acentuada. Mas a moeda pode voltar a oscilar entre R$ 1,61 e R$ 1,62 se as tensões externas e a aversão ao risco se agravarem ainda mais". A agenda brasileira ainda trará o resultado da taxa de desemprego em maio, que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentará na quarta-feira e que, espera-se, fique em torno de 8,6%.

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