Economia

Petróleo sobe após falta de acordo entre produtores na Arábia Saudita

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postado em 23/06/2008 10:05
O preço do petróleo voltou a subir nesta segunda-feira (23/06) depois que uma conferência internacional realizada no fim de semana para discutir os altos preços da commodity terminou sem consenso. O preço do barril tipo leve com entrega para agosto (nova referência) aumentou US$ 1,89, sendo negociado a US$ 136 no mercado futuro americano. Em Londres, o barril do tipo cru teve acréscimo de US$ 1,29, batendo US$ 136,15. No fim-de-semana, representantes de mais de 30 países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e consumidores de energia se reuniram em Jidá, na Arábia Saudita, para discutir possíveis soluções para conter a constante alta da commodity. Eles disseram que o nível atual dos preços é "hostil" e que investimentos adicionais são necessários para garantir estoques "adequados" da matéria-prima. No entanto, nenhuma solução imediata foi indicada. Especulação A Arábia Saudita, que na semana passada havia se comprometido a elevar sua produção, culpou a especulação dos mercados, e não o nível de oferta, pela alta dos preços do petróleo. Na última semana, o preço do barril da commodity no mercado internacional chegou a quase US$ 140 - um aumento de 40% só neste ano -, levando os principais países consumidores, como Estados Unidos e Grã-Bretanha, a pedir uma elevação na produção. Apesar dos pedidos, o comunicado final do encontro não faz referência a ações imediatas para amenizar a crise dos preços. Os países dizem apenas que é necessário "um aumento apropriado do investimento" em produção para garantir que os mercados sejam "bem abastecidos de maneira adequada e a tempo". Até agora, o único país que se mostrou disposto a elevar sua produção foi a Arábia Saudita, o maior fornecedor mundial. Os planos sauditas são chegar até o fim de julho extraindo 9,7 milhões de barris por dia, um adicional de cerca de 200 mil barris em relação ao que é produzido atualmente. Além disso, os sauditas afirmaram que poderiam elevar até o fim de 2009 seu "colchão" de capacidade produtiva ociosa. Sem o comprometimento dos outros países da Opep o esforço saudita não foi suficiente para acalmar os mercados. Outro fator que contribuiu para a escalada dos preços é a notícia de que campos de petróleo da Nigéria operados pela Chevron e pela Shell continuam fechados após terem sido atacados na semana passada. O ataque contra os oleodutos causou um corte na produção nigeriana - que abastece quase todo o continente africano - em um décimo. O grupo rebelde Movimento pela Emancipação do Delta do Níger vem atacando oleodutos do país desde o início de 2006.

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