postado em 23/06/2008 15:34
O banco americano de investimentos Goldman Sachs deve reduzir em 10% o quadro de funcionários de sua divisão de investimentos ao longo deste ano. A primeira rodada de cortes no banco teve início na semana passada, segundo reportagem deste domingo (22/06) do diário britânico Financial Times.
O Goldman, até o momento, foi o banco que menos sentiu o impacto da crise dos créditos "subprime" (de maior risco) que afetou outras instituições do mesmo setor, tendo divulgado uma queda de 11% em seu lucro do segundo trimestre fiscal (encerrado em maio), que ficou em US$ 2,05 bilhões (US$ 4,93 por ação), contra US$ 2,29 bilhões registrado um ano antes.
Já o Morgan Stanley teve uma queda de 60,1% em seu lucro no mesmo período, ficando em US$ 1,03 bilhão, contra US$ 2,58 bilhões um ano antes. O Lehman Brothers, por sua vez, anunciou uma perda de US$ 2,8 bilhões no segundo trimestre fiscal.
A divisão em que o Goldman realizará os cortes é a que lida com o acompanhamento de operações de fusão e aquisição; atividades nessa divisão, no entanto, tiveram uma queda acentuada devido aos efeitos da crise nos mercados imobiliário, hipotecário e de crédito, segundo o "FT".
Também ontem, o diário americano The Wall Street Journa informou que o Citigroup se prepara para cortar cerca de 10% de sua equipe no setor de investimentos, o que pode chegar a 6.500 demissões --que devem ocorrer nas filiais do grupo no mundo todo e começar hoje.
Desde o início da crise, no ano passado, o Citigroup já registrou mais de US$ 40 bilhões em perdas com créditos de risco e reduções de valor em ativos - como os "collateralized debt obligations", (CDOs, títulos de dívida lastreados em outros ativos). No mês passado, o executivo-chefe do banco, Vikram Pandit, anunciou planos de vender mais de US$ 400 bilhões em ativos nos próximos dois ou três anos,como parte de um projeto de reestruturação.
O Finantial Times informa ainda que a tendência de reduções de quadros também pode ganhar força entre os bancos europeus. Na semana passada, o banco Credit Suisse cortar 75 empregos em sua divisão de investimentos e de serviços no Reino Unido.