postado em 23/06/2008 18:07
O petróleo encerrou a segunda-feira (23/06) em alta em Nova York e Londres, no dia seguinte da reunião entre países produtores e consumidores em Jidda, na Arábia Saudita, que não foi capaz de diminuir os temores do mercado em relação à oferta de cru, enquanto a tensão continua na Nigéria.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em agosto terminou a sessão em alta de US$ 1,38, a US$ 136,74. Em Londres, o barril do tipo Brent do Mar do Norte para entrega em agosto ganhou US$ 1,11, fechando a US$ 135,97.
Depois de ter começado a sessão em leve baixa em Nova York, os preços passaram a se orientar para cima, superando em sessão a barreira dos US$ 138 e aproximando-se dos recordes estabelecidos no começo da semana passada, em torno dos US$ 140.
Recomendações técnicas
Muito esperada pelo mercado, a reunião de Jidda entre países produtores, consumidores e petroleiras terminou apenas com recomendações técnicas, para tentar a estabilização do mercado.
"A ausência de decisões imediatas para o combate à alta dos preços do ouro negro decepcionou muitos operadores", comentaram analistas da Barclays Capital.
O único anúncio que tranqüilizou os investidores veio da decisão da Arábia Saudita: o país elevará sua produção a 15 milhões de barris diários caso a demanda torne isso necessário.
Nigéria
"Os sauditas tentaram impactar o mercado prometendo mais petróleo e isso poderia ter dado resultados se não houvesse acontecido nada na Nigéria", estimou Phil Flynn, da Alaraon Trading.
Na Nigéria, um dos principais produtores africanos de petróleo, um grupo armado danificou na noite de quinta-feira um importante oleoduto administrado pela petroleira americana Chevron. As instalações marítimas da Shell no país também foram atacadas na semana passada.
Esses ataques provocaram uma redução da produção nigeriana de 225.000 barris diários pela Shell e de 120.000 barris diários pela Chevron.
"São baixas de produção provavelmente temporárias, mas que no curto prazo serviram para neutralizar em grande parte o aumento da produção anunciado pela Arábia Saudita", considerou Antoine Halff, da Fimat.