postado em 24/06/2008 17:40
O inverno 2008 está só começando e o comércio se prepara para o incremento nas vendas de artigos típicos da estação. Lojas de roupas e artigos de couro devem faturar mais, bem como o setor de alimentos, que reforçou os estoques de vinhos, chocolates, cervejas escuras e outras delícias que combinam com o frio. No Distrito Federal, como a temperatura caiu mais cedo do que em anos anteriores e a economia está aquecida, seguindo a tendência nacional, lojistas e empresários se dizem otimistas.
O Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista) trabalha com expectativa de elevação nas vendas entre 3% e 4% com relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o presidente da entidade, Antônio Augusto de Morais, os itens com mais saída devem ser casacos, cobertores e botas. ;O consumidor está com poder de compra, a economia vive um momento bom, então a gente espera que continue o bom desempenho nas vendas já registrado em outras datas deste ano;, afirma.
A Associação dos Supermercados de Brasília (Asbra) se mostra ainda mais otimista do que os varejistas com relação ao inverno de 2008: conta com alta de 15% com relação a 2007 na comercialização de artigos típicos. Segundo Onofre Silva, vice-presidente da Asbra e diretor regional da rede Pão de Açúcar, as lojas já vêm registrando, nas últimas semanas, maior procura por itens como ingradientes para fondue, queijos em geral, pães, chocolates, leite, vinho e cervejas escuras, de gosto mais encorpado e adequadas às baixas temperaturas.
Risco de endividamento
Se o frio convida a consumir coisas gostosas e desperta a vontade de sair vestido com casacões, botas e afins novinhos em folha, é preciso cuidado para não se descontrolar nas compras e gastar além da capacidade do bolso. O relatório de operações de crédito relativo ao mês de maio divulgado nesta terça (24/06) pelo Banco Central apontou que o crédito bancário atingiu seu maior patamar desde 1995 no mês passado, e chegou a R$ 1,02 trilhão, o que significa alta acumulada de 30,9% nos últimos 12 meses. Paralelamente ao volume de empréstimos, subiu também a inadimplência, que teve alta de 5,9% nos últimos cinco meses, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Empolgado com facilidades de empréstimo e melhoria na renda, o brasileiro está tomando emprestado, comprando e se endividando.
O economista Roberto Piscitelli, professor da Universidade de Brasília (UnB), diz que o consumidor deve manter a cabeça no lugar para evitar complicações. ;O ideal agora no inverno, por exemplo, para quem está suficientemente abastecido em casa de roupas e cobertores, é deixar para complementar o guarda-roupa ou os jogos de cama em agosto, quando as lojas começam as promoções para se livrar dos estoques. Os artigos estarão bem mais em conta;, ensina.
Piscitelli diz ainda que, se não houver saída e for preciso mesmo adquirir roupas e outros itens, o ideal é pesquisar e optar pelas lojas menos badaladas. ;Não precisa fazer compra em shoppings, nem procurar as roupas da última moda, até porque nunca é bom comprar algo muito marcado daquela temporada especificamente, porque na próxima o artigo não será mais um hit. O ideal é procurar aquilo que é mais clássico e que não sai de moda;, diz.