postado em 26/06/2008 10:18
A economia dos EUA apresentou um crescimento de 1% no primeiro trimestre deste ano, superando a leitura preliminar de 0,9%, divulgada no mês passado. O dado foi divulgado pelo Departamento do Comércio nesta quinta-feira (26/06).
Apesar da melhora no índice, no entanto, o dado ainda aponta para uma economia frágil, afetada pelas crises - imobiliária, hipotecária e de crédito - que atingem o país desde o ano passado.
Nesta quarta-feira (25/06), o Federal Reserve (Fed, o BC americano) informou após anunciar a manutenção dos juros em 2% ao ano que a atividade econômica em geral no país "continua a se expandir, em parte refletindo alguma estabilização nos gastos dos consumidores".
"No entanto, os mercados de trabalho tiveram novo enfraquecimento e os mercados financeiros permanecem sob considerável pressão", diz a nota do banco. "Condições restritas de crédito, a contínua contração do mercado imobiliário e a alta nos preços da energia devem pesar no crescimento econômico nos próximos trimestres".
"Revisões para cima nas exportações, nos gastos do consumidor e nos investimentos fixos foram parcialmente ofuscados pela revisão nas importações e uma redução nos investimentos em estoques", informou o departamento.
O consumo (que responde por cerca de 70% de toda a atividade econômica dos EUA) no primeiro trimestre teve um aumento de 1,1%, com os gastos com serviços superando os declínios nas compras de bens duráveis e não-duráveis. Segundo analistas, a alta nas exportações e os gastos dos consumidores - impulsionados pelos cheques de restituição de impostos enviados pelo governo aos contribuintes como parte do planos para evitar uma recessão - devem fazer com que o PIB cresça entre 1,5% e 2% no segundo trimestre.
Depois do envio dos cheques, no entanto, a alta dos alimentos e dos combustíveis, além do mercado de trabalho fraco, podem ter um efeito negativo e impedir uma recuperação sustentada do crescimento econômico.
O núcleo do índice de inflação atrelado à leitura do PIB (que exclui os preços de alimentos e energia) teve alta anualizada de 2,3% (acima do considerado adequado pelo Fed, entre 1,5% e 2%). O investimento fixo no setor imobiliário residencial teve uma queda de 24,6%.