postado em 27/06/2008 09:33
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai investir US$ 6 bilhões na construção de uma siderúrgica no porto de Suape (60 km ao sul de Recife, PE). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (26/06), em Recife, pelo governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), e pelo diretor-executivo da companhia, Enéas Diniz.
A siderúrgica terá capacidade para 3,5 milhões de toneladas de aço por ano - 10% da atual produção nacional, afirmou o diretor da CSN. A obra, em três fases, deve começar no primeiro semestre de 2009. Na primeira etapa, de quatro anos, será investido US$ 1,3 bilhão, para produção anual de 500 mil toneladas.
Nos dois anos seguintes, o projeto prevê duas expansões, ao custo total de US$ 4,7 bilhões. Segundo o secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, o investimento equivale aos da refinaria (US$ 4 bilhões), do estaleiro (US$ 800 milhões) e das duas petroquímicas de Suape (US$ 1 bilhão). "É uma grande obra, importante por ser estruturadora", afirmou o governador.
A nova indústria vai ocupar 337 hectares do complexo de Suape, nas ilhas de Cocaia e Tatuoca. Segundo o governo, serão gerados cerca de 800 empregos diretos e 2.400 indiretos.
De acordo com Enéas Diniz, diretor da CSN, o estado de Pernambuco foi escolhido por apresentar "vantagens estratégicas" de localização, infra-estrutura e mercado - Suape está situado a, no máximo, 600 quilômetros de oito capitais.
O governo de Pernambuco se comprometeu, como contrapartida, a ceder e preparar o terreno e a infra-estrutura para a implantação da obra. "Produziremos, aqui no estado, aços especiais de alto valor agregado", afirmou o diretor. A CSN tem uma siderúrgica em operação, em Volta Redonda (RJ). Outra será construída em Congonhas (MG).
A solenidade do anúncio do empreendimento contou com a presença do senador e presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), adversário político de Eduardo Campos.
Segundo o governador, Guerra participou diretamente das negociações com a CSN, que duraram quase um ano e meio. "Ninguém pode ter partido em uma negociação desse porte", disse o senador.