postado em 27/06/2008 17:22
O diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, apresentou nesta sexta-feira (27/06) aos países-membro um plano para tentar salvar, nas próximas semanas, a Rodada Doha. Segundo ele, o êxito depende da aproximação entre os principais negociadores.
Convocadas por Lamy para uma reunião informal do Comitê de Negociações Comerciais (integrado por 152 estados membros da organização), as delegações apoiaram a idéia de que os ministros se encontrem em Genebra, mas advertiram ao responsável da OMC que essa decisão implica altos riscos.
Alguns países recordaram que os documentos em torno de diferentes áreas de negociação, principalmente agricultura e bens industriais, "não estão prontos para ser apresentados aos ministros no estado atual" devido a vários assuntos que estão por resolver.
Assinalaram também que estes assuntos podem comprometer o êxito da reunião ministerial, oficialmente prevista para 21 de julho, mas que será precedida de encontros informais bilaterais e regionais.
"Há muitos temas pendentes que constituem obstáculos", disseram fontes que participaram na reunião dirigida hoje por Lamy.
Ao encontro ministerial assistiram entre 30 e 40 ministros do Comércio. Algumas das principais barreiras de interesses estão representadas pelos Estados Unidos, pela União Européia --que em geral mantiveram posições defensivas na questão agrícola e entregam milionários subsídios a seus produtores - e pelo Grupo dos 20 (G-20), de parte dos países em desenvolvimento. Estes, por sua vez, fazem resistência a fatores industriais.
Os responsáveis das negociações de agricultura e produtos industriais se reunião na próxima semana para tentar conciliar as posições em pontos que há diferenças, até agora, intransponíveis.
"Sei que há riscos e considero que as possibilidades de chegar (a um acordo preliminar nos temas chaves) são hoje de 50%", disse Lamy ante as delegações.
Ele admitiu, no entanto, que se não ocorrer avanço significativo em julho, as possibilidades de finalizar a Rodada Doha neste ano serão poucas.