Economia

Petróleo fecha em ligeira baixa em dia de novo preço recorde

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postado em 30/06/2008 16:26
O preço do petróleo bateu novo recorde durante a sessão desta segunda-feira (30/06), mas teve ligeiro recuo em relação ao fechamento da última sexta-feira (27/06). Os temores sobre a tensão entre Israel e Irã e sobre novas desvalorizações do dólar, diante da possibilidade de uma alta de juros do Banco Central Europeu) nesta semana, afetaram as cotações. O barril do petróleo cru para entrega em agosto, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York, (Nymex, na sigla em inglês), encerrou o dia cotado a US$ 140, em baixa de 0,15%. Durante o dia o barril chegou ao recorde de US$ 143,67. O episódio mais recente de tensão entre os dois países do Oriente Médio foi a declaração do ex-presidente iraniano Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, dada ontem à rede de TV "Al Jazira". Ele disse que descarta um ataque de Israel às instalações nucleares do Irã, mas alertou que o país se arrependerá se decidir lançar um ataque contra seu país. "Descarto que Israel tome essa medida, mas caso a leve em frente, se arrependerá, porque nossa reação militar será decisiva". As manobras das forças aéreas israelenses este mês geraram especulações no mundo todo sobre se Israel está se preparando para atacar as instalações nucleares iranianas. Neste mês, o diário americano "The New York Times" publicou uma reportagem em que diz que autoridades norte-americanas informaram sobre um amplo exercício militar realizado por Israel, que pareceu ser o ensaio para um possível ataque a bomba contra as instalações nucleares do Irã. Citando autoridades americanas não identificadas, o jornal disse que mais de cem aviões israelenses F-16 e F-15 participaram das manobras no leste do Mediterrâneo e na Grécia na primeira semana de junho. O jornal israelense "Haaretz" minimizou, ao dizer que os israelenses estão longe de promoverem um ataque contra os iranianos. Ainda neste mês, em um outro episódio, o ministro dos Transportes israelense, Shaul Mofaz, afirmou a um jornal local que um ataque ao Irã parecia "inevitável" dado o aparente fracasso das sanções da ONU para impedir o acesso iraniano à tecnologia para a fabricação de bombas. O governo iraniano respondeu dizendo que o governo de Israel é "perigoso" e perturba a segurança e a paz mundial. A tensão entre os dois países preocupa o mercado petrolífero, uma vez que o Irã é o segundo maior exportador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e uma eventual retaliação na forma de suspensão das exportações da commodity faria disparar o preço do barril no mercado mundial. Além disso, há o temor de que, com uma eventual alta dos juros do Banco Central Europeu (BCE) nesta semana, o dólar desvalorize mais ainda frente ao euro. A Eurostat (a agência de estatísticas da União Européia) informou hoje que a taxa anualizada de inflação na zona do euro aumentou no mês de junho para 4%, contra 3,7% do mês anterior. Se o dado for confirmado, o índice de preços ao consumidor da região irá cravar um novo recorde na série histórica que começou em 1997. A evolução dos preços nos países do euro poderia levar o BCE (Banco Central Europeu) a adotar uma alta de taxas de juros em sua próxima reunião --de 4% para 4,25% ao ano. A queda do dólar diante do euro facilita a entrada de novos compradores no mercado petrolífero: como o barril da commodity é negociado em dólar, a desvalorização do dólar diante da moeda européia torna o petróleo mais acessível, pressionando a demanda. A Administração de Informações sobre Energia (EIA, na sigla em inglês), ligada ao Departamento de Energia dos EUA, informou hoje que a demanda por petróleo no país caiu em 863 mil barris por dia em abril, tendo ficado em 19,7 milhões de barris diários -total 3,9% a menos que um ano antes. O resultado foi o menor para um mês de abril desde 2002. O preço médio do galão (3,785 litros) de gasolina nos EUA também atingiu novo recorde, chegando a US$ 4,086, segundo pesquisa da Associação Americana do Automóvel (AAA).

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