postado em 30/06/2008 18:39
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta segunda-feira (30/06) que o governo irá combater a alta da inflação, mas sem "esculhambar" com a economia brasileira.
A afirmação foi feita antes do início da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) na qual será decidida a meta de inflação para 2010. O governo também deve anunciar a nova Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), utilizada nos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O ministro comentou o resultado da pesquisa CNI/Ibope, que mostrou estabilidade na avaliação positiva do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A consulta também mostra que 65% dos brasileiros acreditam que a inflação vai aumentar nos próximos seis meses, pior índice verificado desde 2004.
"A avaliação do governo é boa. A inflação preocupa. Mas nós adotamos uma série de medidas desde o início do ano para combater a inflação", afirmou.
Bernardo citou o aumento dos juros promovido neste ano pelo Banco Central, a elevação do superávit primário (economia do governo para pagar os juros da dívida) e as medidas de restrição ao crédito como parte desse trabalho. Disse também que agora é preciso ver os efeitos dessas mudanças antes de tomar medidas adicionais.
"Nós queremos combater fortemente a inflação, mas também não queremos esculhambar com a economia. Precisamos esperar para ver o resultado e aí, na seqüência, se precisar, tomar novas medidas."
Salário mínimo
O ministro negou que haja uma nova indexação da economia promovida pelo governo, por conta do reajuste do salário mínimo, do Bolsa Família e dos salários dos servidores acima da inflação.
"O salário mínimo tem tido reajuste acima da inflação, mas não está indexado. Não tem nenhuma vinculação com a inflação", afirmou.
Documento divulgado na semana passada pelo Banco Central mostra que a instituição já prevê uma inflação de 6% neste ano. Já a pesquisa do BC com o mercado financeiro aponta para uma taxa de 6,3%.
A meta de inflação para 2008 e 2009 é de 4,5% com margem de dois pontos de tolerância, podendo chegar a 6,5%. A expectativa é que a meta para 2010 também seja fixada hoje em 4,5%.