postado em 01/07/2008 08:31
O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e ministro da Energia da Argélia, Chakib Khelil, disse nesta terça-feira (1º/07) que a produção dos países que fazem parte da organização representará 52% da demanda de petróleo mundial em 2010, frente aos atuais 40%. Khelil fez a declaração durante discurso no 19° Congresso Mundial do Petróleo, realizado em Madri (Espanha).
O presidente da Opep ressaltou que a organização está fazendo muitos esforços para elevar sua capacidade de produção de petróleo, e disse que, nos últimos sete anos, na realidade, ofereceu 57% da oferta.
Para elevar os números de produção e conseguir seu objetivo de extrair quatro milhões de barris a mais por dia em 2012, os membros da Opep investirão US$ 150 bilhões.
Khelil disse que, atualmente, o preço do petróleo está muito volátil devido às dúvidas sobre a evolução do mercado e a demanda, elementos que introduzem "enormes" incertezas no investimento, diante do risco de alcançar tanto um excesso quanto uma insuficiente capacidade de produção.
O ministro argelino negou que a Opep fixe os preços do mercado e afirmou que nem os países produtores nem os consumidores têm interesse em que o preço do petróleo esteja elevado, já que "pode destruir a demanda".
Segundo estimativas do presidente da empresa estatal chinesa CNOOC, Fu Chengyu, a demanda de petróleo passará dos 2,1 barris per capita que a China precisava em 2006 para 5 barris, um nível ainda muito inferior aos 17 barris por pessoa consumido pelos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) . Na opinião dele, a especulação nos mercados do petróleo se apóia nestas boas expectativas de demanda dos países emergentes.
O executivo-chefe da francesa Total, Christophe de Margerie, destacou as dificuldades das grandes companhias petrolíferas para chegar às zonas de reservas e acrescentou que os novos investimentos em exploração em alto-mar e em outras regiões complexas podem requerer um patamar de preços, para serem rentáveis, de até US$ 80 por barril.