postado em 01/07/2008 14:45
O custo da cesta básica subiu nas 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no primeiro semestre de 2008. Os maiores aumentos foram apurados em Recife (29,24%), Natal (25,91%) e João Pessoa (25,37%). As menores altas acumuladas ocorreram em Aracaju (12,03%), Goiânia (11,83%) e Belém (10,47%).
Também registraram aumento Brasília (19,86%), Rio (21,44%), Salvador (16,90%), Florianópolis (24,80%), São Paulo (14,26%), Porto Alegre (15,87%), Curitiba (21,55%), Belo Horizonte (15,25%), Fortaleza (23,85%) e Vitória (16,33%).
Os aumentos acumulados em 12 meses de julho de 2007 a junho de 2008 são expressivos e superiores ao reajuste de 9,21% concedido, este ano, ao salário mínimo. As principais elevações foram verificadas em Natal (51,85%), João Pessoa (45,02%) e Recife (44,92%). Porto Alegre (27,24%) e São Paulo (30,83%), apesar de serem as duas cidades mais caras em junho, têm as menores variações acumuladas em 12 meses.
Junho
Apenas no mês de junho, o preço subiu em 14 das 16 capitais pesquisadas. Os maiores aumentos foram registrados em Goiânia (10,64%), Brasília (6,43%), Rio de Janeiro (5,93%) e Salvador (5,38%). As únicas quedas foram registradas em Vitória (-1,13%) e Fortaleza (-0,35%).
Porto Alegre, cujos produtos essenciais básicos tiveram aumento de 4,29%, voltou a ter a cesta mais cara (R$ 246,72). São Paulo continua no segundo posto, com a cesta valendo R$ 245,24. Os menores custos foram registrados em Aracaju (R$ 191,75) e Salvador (R$ 185,53).
O Dieese também estimou que, com base na cesta mais cara, a de Porto Alegre, valor do salário mínimo necessário, em junho, deveria ser de R$ 2.072,70, o que representa 4,99 vezes o piso em vigor (R$ 415). No mês passado, o mínimo necessário era de R$ 1.918,12, o que representava 4,62 vezes o piso. Já em junho de 2007, o mínimo foi estimado em R$ 1.628,96, 4,28 vezes o mínimo em vigor na época, de R$ 380.
Cesta x salário mínimo
Segundo o Diesse, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou cumprir, em junho, jornada de 115 horas e 25 minutos para adquirir estes bens na média das capitais pesquisadas. Este tempo de trabalho é superior ao exigido em maio (111 horas e 08 minutos) e ao requerido em junho de 2007, quando ficou em 91 horas e 33 minutos.
Após o desconto da Previdência Social, a aquisição da cesta exigiu 57,03% do rendimento líquido, contra 54,91%, em maio e 45,06%, em junho de 2007.
Preços
Segundo a pesquisa do Dieese, a maior parte dos itens que compõem a cesta básica continuou, em junho, a apresentar altas significativas na maioria das capitais. O arroz foi o destaque, com aumento nas 16 cidades pesquisadas. As elevações mais expressivas foram apuradas em Aracaju (45,40%), Salvador (31,91%), Rio de Janeiro (24,55%) e Recife (24,44%). As menores taxas foram apuradas em Goiânia (2,96%) e Belém (0,56%).
O preço da carne subiu em 15 capitais, principalmente em Goiânia (14,99%), Curitiba (10,51%), Rio de Janeiro (9,74%) e São Paulo (9,38%). A única redução ocorreu em Fortaleza (-1,99%).
O feijão, cujo preço apresentou queda em 14 cidades em maio, inverteu essa tendência em junho e sofreu forte elevação em 14 capitais. João Pessoa (31,09%), Goiânia (29%), Natal (24,94%) e Recife (19,57%) foram os destaques nos aumentos. Fortaleza (-1,96%) e Belém (-6,30%) são as cidades que registraram as quedas.
O pão teve aumento de preço em dez cidades, como Belém (6,38%) e João Pessoa (3,62%). Em Florianópolis e no Rio de Janeiro, houve estabilidade. As quedas foram verificadas em Natal (-0,72%), Fortaleza (-0,87%), Brasília (-1,04%) e Aracaju (-2%).
A batata encareceu em todas as nove capitais do Centro-Sul, onde os preços são pesquisados. As taxas mais elevadas foram registradas em Brasília (29,25%), Rio de Janeiro (22,93%) e Goiânia (20,59%).
O tomate, o café e açúcar baratearam em nove regiões. O tomate aumentou 21,24% em Salvador e 7,96% em Aracaju. As principais quedas no preço do produto ocorreram em Recife (-79,66%), João Pessoa (12,12%) e Vitória (17,54%).
O café teve aumento em nove cidades. As maiores altas ocorreram em Goiânia (8,16%) e Aracaju (7,26%). As maiores reduções são de Florianópolis (-1,00), Natal (-1,11%) e Vitória (-2,94%). Houve estabilidade em Brasília.
O preço do açúcar aumentou mais em Curitiba (9,09%), Belém (8,40%) e Aracaju (8,27%). Permaneceu estável em Florianópolis e João Pessoa. Já as quedas foram mais expressivas em Salvador (-5,04%) e Recife (-6,87%).