postado em 01/07/2008 15:13
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aprofundou suas perdas no início da tarde desta terça-feira (1º/07), puxada para baixo pelo mau humor dos investidores ao redor do mundo.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, recua 3,13%, aos 62.983 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,82 bilhões, com cerca de 167 mil negócios realizados. Já o dólar comercial avança 0,81%, a R$ 1,61 para a venda.
Com a queda de hoje, o Ibovespa está marcando rendimento negativo ao longo do ano. No fechamento do primeiro semestre, ontem, o indicador apontou ganho de 1,77% em relação ao final de 2007.
O pessimismo dos investidores está relacionado à alta do preço do petróleo, que aumenta o risco de descontrole da inflação global. Caso os preços subam mais, os Bancos Centrais terão que elevar as taxas de juros, o que atrai o investidor para a renda fixa e reduz o volume de dinheiro investido no mercado acionário, além de desacelerar o crescimento econômico.
Além disso, o petróleo é um componente de gasto importante para diversos segmentos. Com a alta desses custos, os lucros caem - e as ações dessas empresas recuam.
Petróleo e crise de crédito
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de petróleo WTI para entrega em agosto está em US$ 141,84 - 1,31% a mais do que no fechamento de ontem.
Para completar o quadro negativo no exterior, a crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") ainda traz inquietações. Os investidores avaliam que muitos bancos ainda não divulgaram todas as perdas que tiveram com títulos atrelados a esses créditos, o que faz as ações das instituições financeiras recuarem.
Ao menos a divulgação dos gastos em construção nos EUA em junho trouxe um pouco de calma. O indicador caiu 0,4% em maio, marcando o 11° mês de queda nos últimos 12 meses. Porém, veio acima do que era esperado pelos analistas do setor (-0,6%).
Nas bolsas americanas, o índice Dow Jones perde 1,24%, o S 500 recua 1,25% e o Nasdaq Composite tem baixa de 1,3%.
Produção industrial
No Brasil, a produção industrial recuou 0,5% em maio, na comparação com o mês anterior, quando havia tido expansão de 0,2%, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Essa foi a segunda queda da atividade em 2008 --em fevereiro, caiu 0,5. Já a balança comercial brasileira fechou os seis primeiros meses do ano com um superávit de US$ 11,37 bilhões - queda de 44,7% em relação ao resultado alcançado no mesmo período de 2007 (US$ 20,579 bilhões), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.