postado em 01/07/2008 18:10
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta terça-feira (1°/07) que o país não precisará sacrificar o crescimento para conter a inflação. Para Coutinho, vários países terão que abrir mão de crescer mais para conter a alta dos preços. Ele explicou que a vantagem principal do Brasil é ter oferta agrícola para responder à elevação dos preços dos alimentos.
"O controle sobre a inflação será mantido. O Brasil está em uma posição relativamente boa para fazer isso, quando comparado a outros países. Não precisaremos sacrificar o crescimento como vários países terão que sacrificar. Podemos responder de maneira muito afirmativa em termos de oferta agrícola", afirmou, após participar do 2° Encontro Nacional do Comércio Exterior, na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC), no Rio.
Sobre a expansão da oferta agrícola, Coutinho destacou que o BNDES vai facilitar, em termos de custos, o financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas. Ele não detalhou as condições, que serão anunciadas amanhã, juntamente com o plano do governo para aumentar a oferta agrícola.
Luciano Coutinho defendeu ainda que não haja mudanças na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que foi mantida em 6,25% ao ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), na última segunda-feira. Diante da perspectiva de inflação, Coutinho disse que a taxa "está no lugar certo". O presidente do BNDES acrescentou que, no médio prazo, espera que a inflação fique até mesmo abaixo da meta.
A queda de 4,9% da produção de bens de capital, constatada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na passagem de maio para junho, não preocupa o executivo. Para Coutinho, o resultado não indica nenhuma tendência.
"Os indicadores anteriores do Finame (programa de máquinas e equipamentos do BNDES) mostram que a demanda e o consumo aparente de bens de capital se mantém muito firme", observou.