postado em 02/07/2008 15:34
A Merrill Lynch advertiu nesta quarta-feira (2/07) que a moratória da General Motors "não é impossível", um dia após a publicação das vendas do setor automobilístico nos Estados Unidos durante junho. As vendas da GM caíram mais de 18% em comparação com o mês de junho de 2007.
Embora os números tenham sido melhores do que os analistas esperavam, a queda reforça a idéia de que o fim da crise do setor automobilístico nos EUA ainda está distante.
A Merrill Lynch justificou o rebaixamento da classificação da GM de "compra" para "rendimento menor" ao destacar que a principal mudança na perspectiva é uma previsão muito mais baixa de vendas de automóveis nos EUA.
A situação está fazendo as empresas do setor gastarem muito mais dinheiro, já que precisam atrair muito mais capital "do que o mercado está antecipando atualmente".
A Merrill Lynch estimou em US$ 15 bilhões a quantidade de dinheiro que a GM precisa para poder enfrentar bem as dificuldades, quase o dobro do inicialmente esperado.
A montadora disse ontem que deve vender 15 milhões de veículos novos nos EUA este ano, quantidade abaixo da previsão anterior, de 15,5 milhões. Entretanto, a Merrill Lynch revisou esse número para 14,3 milhões para 2008 e 14 milhões em 2009.
Já a Ford, cujas vendas caíram 28,1% em junho, trouxe mais pessimismo ontem ao reconhecer que, se o primeiro semestre de 2008 foi ruim, "a economia entra no segundo semestre com notável falta de impulso e alto grau de incerteza".
A GM é a segunda montadora americana a lidar publicamente com a possibilidade de se declarar em moratória. Na semana passada, a Chrysler desmentiu contundentemente os comentários de que estava se preparando para se declarar em moratória.