Economia

Bolsa de NY cai 1,46% após recorde de petróleo e nota sobre a GM

;

postado em 02/07/2008 17:45
As bolsas americanas fecharam em queda nesta quarta-feira (2/07) após a disparada do petróleo e o banco de investimentos Merrill Lynch avaliar que a moratória da General Motors "não é impossível". Na Bolsa de Valores de Nova York, (Nyse, na sigla em inglês), o índice Dow Jones Industrial Average (DJIA) fechou em queda de 1,46%, aos 11,215.51, depois que o barril de petróleo cru encerrou a sessão cotado ao preço recorde de US$ 143,57. O mercado Nasdaq, onde cota grande parte das empresas de tecnologia e internet, retrocedeu 2,32%, para 2.251,46, enquanto o seletivo S 500, que mede o rendimento das 500 principais empresas cotadas na Bolsa de Nova York, perdeu 1,82%, para se situar a 1.261,52. Alta do petróleo O preço do petróleo fechou em alta nesta quarta-feira, após a queda acima do previsto nas reservas americanas da commodity na semana passada. O dado do Departamento de Energia dos EUA fez com que o barril atingisse novo recorde durante as negociações de hoje, US$ 143,91, e também no encerramento dos negócios. A tensão no Irã também afetou as cotações. O relatório semanal de estoques do departamento mostrou uma queda de 2 milhões de barris nas reservas americanas, que ficaram em 299,8 milhões de barris - a expectativa era de uma queda menor, de 1,2 milhão de barris. A queda nas reservas americana indica aumento da demanda por petróleo no seu maior consumidor mundial. Com demanda em alta, os preços tendem a subir. General Motors As ações da GM caíram 15,06%, para US$ 9,98 (pela primeira vez abaixo US$ 10 desde 10 de setembro de 1954) nesta quarta-feira depois de ter rebaixada sua classificação de risco e cortada a meta de preços de suas ações. O banco de investimento Merrill Lynch justificou o rebaixamento da classificação da GM de "compra" para "rendimento menor" ao destacar que a principal mudança na perspectiva é uma previsão muito mais baixa de vendas de automóveis nos EUA. A Merrill Lynch estimou em US$ 15 bilhões a quantidade de dinheiro que a GM precisa para poder enfrentar bem as dificuldades, quase o dobro do inicialmente esperado. Ontem, a montadora disse que deve vender 15 milhões de veículos novos nos EUA este ano, quantidade abaixo da previsão anterior, de 15,5 milhões. Entretanto, a Merrill Lynch revisou esse número para 14,3 milhões para 2008 e 14 milhões em 2009. A Nyse chegou a registrar ganhos na manhã desta terça-feira, mas reverteu a trajetória e passou a operar em baixa nesta quarta-feira, depois da divulgação da desaceleração nos pedidos às fábricas do país em maio. A divulgação dos dados sobre o mercado de trabalho, prevista para amanhã (3/07), também preocupa os investidores. Comércio e emprego Hoje o Departamento do Comércio informou que os pedidos às fábricas nos EUA registraram alta de 0,6% em maio. O resultado, no entanto, ficou abaixo do 1,3% (dado revisado) registrado em abril. Mesmo tendo ficado em linha com as expectativas dos analistas, o resultado foi visto como mais um sinal de fraqueza da economia americana. A demanda por máquinas teve queda de 5%, refletindo a queda nas encomendas de maquinário para o setor de construção --afetado pela crise no mercado imobiliário no país. Hoje também a agência americana de recursos humanos ADP informou que o setor privado dos Estados Unidos fechou 79 mil postos de trabalho em junho, após ter criado 25 mil em maio. O dado veio bem mais fraco do que era esperado pelos analistas, que apostaram no fechamento de apenas 20 mil vagas. Em maio foram eliminados 49 mil postos de trabalho no país, e a taxa de desemprego chegou a 5,5%, contra 5% em abril - variação entre um mês e outro não vista desde 1986. Ações As ações da Microsoft caíram 3,68% (a US$ 25,88), com a notícia de que está conversando com outras empresas de mídia, como a Time Warner e a News Corp, para a formação de um grupo forte, capaz de fazer uma oferta irresistível pelo Yahoo, segundo o "Wall Street Journal". O jornal, no entanto, afirma que é improvável que a atual negociação sobre o assunto resulte na compra do empresa. As ações da rede de cafeterias Starbucks subiram 0,38% (para US$ 15,68) depois do anúncio de que pretende fechar 600 lojas nos Estados Unidos, eliminando 12 mil empregos. A maioria dos fechamentos deve acontecer na segunda metade de seu ano fiscal de 2008 e na primeira de 2009, e que afetará as lojas que rendem menos que o esperado. A Starbucks tem atualmente 16 mil cafeterias em 45 países, mas a maior parte de seu faturamento provém do mercado americano.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação