postado em 02/07/2008 18:38
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) afirmou que entrará nesta quinta-feira (3/07) com pedido junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para que a greve de seus funcionários seja considerada abusiva e para que seja observado o percentual mínimo, previsto na Constituição Federal, de 30% de trabalhadores em atividade.
Por meio de nota divulgada nesta quarta (2/07), a ECT disse ainda que ;em exaustivas negociações com representantes dos empregados, empenhou todos os esforços no sentido de atender as reivindicações dos trabalhadores; e reiterou que cortará o ponto dos dias parados a partir de hoje.
Desde a declaração de greve no dia 1° de julho, estão suspensos serviços dos Correios que envolvem agendamento - Sedex, Sedex 10 e Disque Coleta. A entrega de correspondências regulares também deve ficar lenta. A ECT afirma que os grevistas são minoria - 40% dos mais de 110 mil funcionários em todo o país. Entretanto, de acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Correios e Telégrafos do DF (Sintect-DF), Moyses Leme a posição do Comando de Greve é de que a paralisação envolve de 70% a 80% dos trabalhadores. Hoje, os sindicatos do Espírito Santo, Santa Catarina e Roraima aderiram ao movimento.
Protesto
Funcionários dos Correios do Distrito Federal voltaram a fazer protesto esta tarde em Brasília, desta vez em frente ao Palácio do Planalto. Ontem, eles fizeram caminhada da Catedral até o Ministério das Comunicações . Também como na terça-feira, hoje os funcionários voltaram a carregar um caixão e fizeram o enterro simbólico do presidente da ECT, Carlos Henrique de Almeida Custódio. O presidente do Sintect-DF estimou em 1,5 mil pessoas o público da manifestação. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, no entanto, havia cerca de 300 pessoas no ato.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está despachando hoje: está no Paraná, onde lançou o Plano Safra. De acordo com Moyses Leme, Lula foi abordado manifestantes lá, e teria se comprometido a cumprir acordo feito pelo governo com os trabalhadores da ECT em novembro do ano passado, envolvendo o Ministério do Planejamento e das Comunicações.
Na época, teria ficado acertado que seria construído em conjunto com os funcionários um Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) e que haveria pagamento de um adicional de risco de 30% sobre o salário-base dos funcionários. A categoria alega que o PCCS não foi discutido com eles conforme combinado, e que, em lugar do adicional de 30%, a ECT paga R$ 260 lineares, sob o argumento de que o abono causaria distorções entre os salários de diferentes cargos. Uma outra reivindicação dos grevistas é uma maior participação nos lucros e resultados (PLR).
;Queremos falar com o presidente e acreditamos na palavra dele. Quanto à ECT, não entendemos o descumprimento de um acordo feito na presença de dois ministros e do presidente da República;, afirmou Moyses Leme.