postado em 03/07/2008 12:50
Apesar do crescimento de 1,1% nas vendas industriais de maio a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o dado mostra um arrefecimento no crescimento do setor. De acordo com o economista da CNI Paulo Mol, a alta de maio não foi suficentie para compensar as perdas registradas em março (-1,4%) e abril (- 0,1%). ;Não voltamos ao tempo de fevereiro. Os dados mostram que alguma frenagem houve na atividade econômica;, afirma Mol.
Segundo o economista, a indústria vive um momento de ;inflexão;. ;Não estamos mais naquele ritmo de crescimento forte, o segundo trimestre de 2008 mostra que estamos entrando em um novo cenário;. A desaceleração da indústria é causada principalmente pela alta da inflação, que afeta o poder de compra da população. De acordo com a CNI, o faturamento da indústria também é afetado pela valorização do real frente ao dólar, o que derruba o faturamento oriundo das exportações.
Em maio, a taxa de câmbio média foi de R$ 1,66, o menor patamar da década - as exportações representam um quarto do faturamento da indústria. Apesar de, no acumulado de janeiro a maio, o faturamento da indústria apresentar crescimento de 7,9%, a CNI aposta numa perda de ritmo daqui para frente. "A tendência é que o percentual do acumulado do ano comece a diminuir", afirma o economista. No ano passado, a indústria cresceu 5,4 %.