postado em 03/07/2008 15:54
As bolsas americanas fecharam mais cedo nesta quinta-feira (3/07), depois de um dia de oscilações mas sem muito ânimo devido a indicadores econômicos fracos e ao preço do petróleo, que fechou em alta após bater um novo recorde durante as negociações.
A Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) fechou em alta de 0,65%, com 11.288,54 pontos no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), enquanto o S 500 teve ligeiro avanço de 0,11%, indo para 1.262,90 pontos. A Bolsa Nasdaq, por sua vez, caiu 0,27%, fechando com 2.245,38 pontos. Os mercados financeiros encerraram o expediente mais cedo devido ao feriado do Dia da Independência, amanhã (4/07).
O setor de serviços ofereceu mais um dado negativo para o cenário de fraqueza da economia americana: o ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês) informou que a atividade no setor em junho teve contração, ficando com 48,2 pontos - leituras abaixo de 50 pontos indicam contração da atividade. O instituto afirmou que o setor sentiu os efeitos negativos da redução no número de encomendas --reflexo da desaceleração da economia americana-- e da alta dos preços do petróleo.
O petróleo, por sua vez, atingiu preços recorde hoje, tanto em Nova York como em Londres - no primeiro caso, chegando ao patamar de US$ 145 e no segundo, de US$ 146. Dólar em queda em relação ao euro e o temor de que a tensão entre Irã e Israel passe de uma troca mais dura de palavras para hostilidades abertas estão entre os fatores que vêm pressionando a commodity. Além disso, a queda de dois milhões de barris no estoque dos EUA, anunciado ontem pelo Departamento de Energia, afetou a confiança dos investidores na capacidade mundial de oferta do produto.
O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali al Naimi, disse, no entanto, que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não tem planos imediatos de expandir a produção porque não há necessidade de fazê-lo. A Arábia Saudita é o principal membro do cartel.
O impacto sobre os preços da gasolina é o que afeta a confiança dos investidores: o galão (3,785 litros) de gasolina no país está em US$ 4,09, em média, segundo a Associação Americana do Automóvel (AAA).
Eliminação de postos
O Departamento do Trabalho informou hoje que foram eliminados nos EUA 62 mil postos de trabalho. O dado, embora fraco, ficou perto dos 60 mil empregos a menos no país, na previsão dos economistas. A taxa de desemprego - que em maio assustou os investidores, tendo passado de 5% para 5,5% - em junho ficou em 5,5% (também um índice desfavorável, mas sem sustos).
O diretor de investimentos da corretora Franklin Templeton, Christopher Molumphy disse que os números divulgados hoje pelo departamento não apontam para um mercado de trabalho de uma economia em situação de recessão.
Ele também disse que a volatilidade vista hoje, dia mais curto para os negócios, não era inesperada. "A volatilidade incomum de curto prazo não deveria ser vista como inesperada (...) Na verdade, não devemos analisar em demasia alguns movimentos de mercado porque fazer isso seria muito fácil." Os investidores também acompanham a evolução do câmbio entre o euro e o dólar, depois que o BCE (Banco Central Europeu) elevou sua taxa de juros para 4,25% ao ano. Com juros mais altos na Europa, o dólar pode perder mais terreno diante da moeda européia --o que pode ter um efeito mais mais danoso sobre as cotações do petróleo.