postado em 03/07/2008 16:27
Mesmo com um desempenho estável das Bolsas americanas, que fecharam mais cedo nesta quinta-feira (3/07), a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aprofundou suas perdas durante a tarde devido à alta no preço do petróleo, que fechou com novo recorde.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, voltou a ficar abaixo dos 60 mil pontos. Opera em baixa de 2,48%, para 59.590 unidades. O giro financeiro é de R$ 4,17 bilhões, com cerca de 186 mil negócios realizados.
Já o dólar comercial fechou vendido a R$ 1,611, em alta de 0,49%. O dólar turismo, por sua vez, fechou vendido nas casas de câmbio paulistas a R$ 1,72.
O Banco Central, ao contrário do que fez nos últimos dias, realizou seu leilão de compra de dólares no final da sessão, e adquiriu a moeda americana com taxa de corte de R$ 1,6079.
As bolsas americanas fecharam às 14h (horário de Brasília) para dar início às comemorações do Dia da Independência no país, que é celebrado amanhã. Elas também não abrem na sexta-feira. No encerramento, elas ficaram sem tendência definida. O índice Dow Jones ficou com 11.288 pontos, alta de 0,65%, enquanto que o Nasdaq Composite perdeu 0,27%, a 2.245 unidades.
Disparada do petróleo
Depois que as bolsas em Wall Street fecharam, o mercado brasileiro ficou sem uma base. E, diante da ampliação na alta do preço do petróleo, os investidores começaram a vender suas posições, o que deteriorou ainda mais o Ibovespa.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de petróleo leve WTI para entrega em agosto fechou em alta, a US$ 145,29 - 1,2% a mais do que ontem. Trata-se do novo recorde de fechamento. E nos primeiros minutos de negociação chegou a ficar em US$ 145,85, o novo recorde histórico de preços.
O preço do petróleo vem sendo um dos maiores motivos para a recente turbulência nos mercados acionários globais. Caso os preços da commodity subam mais, os Bancos Centrais terão que elevar as taxas de juros para conter a inflação, o que atrai o investidor para a renda fixa e reduz o volume de dinheiro investido no mercado acionário, além de desacelerar o crescimento econômico. Além disso, o petróleo é um componente de gasto importante para diversos segmentos. Com a alta desses custos, os lucros caem - e as ações dessas empresas recuam.
Preocupado com esse efeito da alta do petróleo e de outras commodities sobre a inflação, o Banco Central Europeu (BCE) voltou hoje a subir sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para 4,25% ao ano.
Desemprego nos EUA
Outros dados que saem hoje e atraem a atenção dos analistas são ligados ao mercado de trabalho nos Estados Unidos. Elas vieram ruins mas dentro das expectativas, o que contribuiu para que Wall Street fechasse de forma mais estável.
A economia americana fechou 62 mil postos de trabalho em junho, segundo dados no nonfarm payroll divulgado pelo Departamento de Trabalho. O número de pessoas desempregadas no país ficou em 8,499 milhões de pessoas, contra 7 milhões um ano antes. A taxa de desemprego no país no mês passado ficou em 5,5%, mesma de maio. No Brasil, o principal indicador macroeconômico do dia é o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP) de junho, que voltou a desacelerar e fechou o mês em alta de 0,96% --menor índice mensal desde abril, quando a alta foi de 0,54%. O desaquecimento nos preços dos alimentos contribuiu para o resultado.