Economia

Société Générale é multado em US$ 6,27 mi por falha em controle interno

;

postado em 04/07/2008 15:51
O banco francês Société Générale (SocGen), que perdeu quase 5 bilhões de euros (US$ 7,84 bilhões, a câmbio de hoje) em um esquema de fraude revelado neste ano, foi multado em US$ 6,27 milhões (4 milhões de euros) pela autoridade do setor bancário da França por não observar regulamentações sobre seus controles internos. Segundo relatório das autoridades, os controles internos do banco mostraram "graves falhas, indo além de simples erros individuais repetidos". O documento diz ainda que o fato de que a cúpula do banco não tinha conhecimento das falhas não pode ser usado como desculpa para não cumprir as regras do setor. Um relatório de maio elaborado por uma comissão interna do banco formada para investigar a fraude, que teria sido provocado por apenas um de seus corretores, Jérôme Kerviel, indicou que seus superiores também estariam envolvidos. O documento responsabiliza (sem citar nomes) dois superiores diretos de Kerviel, mas isenta os chefes dos mesmos. Em fevereiro - um mês depois de descoberto o esquema -, no entanto, a comissão interna do banco divulgou um relatório preliminar no qual concluiu que Kerviel agiu sozinho. O documento diz que não foram encontradas evidências de que Kerviel tenha recebido ajuda e nem de que ele tenha sido beneficiado com ganhos obtidos com a fraude. Segundo o SocGen, Kerviel começou a assumir posições ilegais nas operações que realizava como operador do banco em 2005, com pequenas quantias, que foram crescendo a partir de março do ano passado e chegaram a cerca de US$ 73,28 bilhões. A fraude ocorreu com operações com papéis chamados de "plain vanilla" - instrumento financeiro de tipo mais simples, em geral na forma de opções de ações, títulos ou contratos futuros. Kerviel abusou, assim, do acesso que tinha a informações sobre os sistemas de segurança do grupo. Críticos do banco dizem que Kerviel nunca poderia ter assumido posições tão altas sem chamar a atenção de outras pessoas, incluindo outros operadores da instituição. Kerviel chegou a ser detido para interrogatório e a ficar sob custódia da polícia durante as investigações do caso. Kerviel alega que seus superiores sabiam do que ele fazia e preferiram não tomar conhecimento de suas operações. Os advogados de Jerômé Kerviel afirmaram que o banco pretendia levantar uma cortina de fumaça para encobrir perdas maiores, principalmente com créditos imobiliários "subprime" (de alto risco) dos EUA. Em abril, Kerviel encontrou um novo emprego, de consultor de informática, depois de passar um mês na prisão. "Jérôme é um jovem que quer trabalhar e não quer permanecer inativo ou vivendo de auxílio-desemprego", disse o porta-voz do ex-operador, Christophe Reille. Ele recebeu a oferta de emprego enquanto ainda estava detido e trabalha agora para a consultoria de informática LCA. O porta-voz disse que Kerviel teve permissão para aceitar o emprego devido a uma mudança nos termos de sua liberação.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação