Economia

Liberdade de Cacciola é "risco" para julgamento, diz secretário

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postado em 07/07/2008 15:48
O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, dissenesta segunda-feira (7/07) que é "um risco" permitir ao ex-banqueiro Salvatore Cacciola que aguarde em liberdade seu julgamento. Para o secretário, autorizar que Cacciola fique livre até ser julgado pode favorecer uma nova fuga do ex-banqueiro. Tuma Júnior afirmou que, independentemente de eventuais recursos encaminhados pela defesa de Cacciola, a operação para sua extradição está em curso pelo governo brasileiro. "Uma coisa não interfere na outra. Estamos definindo os últimos detalhes para a operação [de extradição]", disse Tuma Júnior. "Acho que ele (Cacciola) em liberdade não será bom para a ação da Justiça. Ele (o ex-banqueiro) vai tentar fugir de novo." O secretário afirmou ainda que a operação de extradição de Cacciola deverá ser concluída em dois dias. Tuma Júnior já decidiu que ele sairá de Mônaco rumo ao Brasil em um vôo comercial. Mas o Ministério da Justiça ainda não definiu o número de policiais federais que fará a escolta do ex-banqueiro. "A operação será efetivada. Em no máximo dois dias fechamos todos os detalhes e necessidades. Como o risco que ele oferece [à sociedade] é considerado médio e baixo, pode ser feita uma viagem em vôo comercial", afirmou Tuma Júnior. Recurso O advogado Carlos Ely Eluf, que faz a defesa do ex-banqueiro, pretende protocolar o recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar evitar a extradição de seu cliente. A idéia dele é entrar com um habeas corpus no qual pede o fim da extradição ou o direito de seu cliente aguardar o julgamento no Brasil em liberdade. No recurso, o advogado deve argumentar que Cacciola é o único entre 12 réus que deverá aguardar o processo com a prisão preventiva decretada. Para Eluf, isso não seria "justo" com o ex-banqueiro. Na última sexta-feira (4/07), o governo brasileiro anunciou a extradição do ex-banqueiro, condenado no Brasil a 13 anos de prisão pela prática de crimes. O último recurso de Cacciola foi recusado pela Corte de Apelação de Mônaco. Acusação. Fora da Itália Cacciola foi preso pela Interpol em Mônaco, em setembro do ano passado, enquanto passava um final de semana de lazer, longe da Itália, país pelo qual tem a nacionalidade e de onde não poderia ser extraditado para o Brasil por conta de acordos diplomáticos. Autoridades federais afirmam que, em no máximo 15 dias, Cacciola deverá chegar ao Brasil e ser entregue à Justiça. Em 1999, quando o Banco Central promoveu uma maxi-desvalorização do Real, os bancos Marka e FonteCindam receberam socorro de R$ 1,5 bilhão. O argumento para o repasse foi o de que, sem respaldo do caixa público, poderia haver crise de confiança no sistema financeiro nacional, com a iminente quebra de instituições.

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