Economia

Brasileiras perdem espaço em vôo internacional

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postado em 08/07/2008 10:35
A participação das companhias brasileiras em vôos para o exterior caiu de 53% em 1990 para 23% no ano passado, segundo estudo elaborado pelo consultor do Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias (Snea) George Ermakoff e apresentado no workshop Competitividade no Setor Aéreo. De acordo com o consultor, os dados mostram que o setor necessita de um plano que permita a competição de igual para igual entre empresas nacionais e estrangeiras, antes da liberação da política de céus abertos. Na prática, essa política significa não depender da revisão dos acordos bilaterais entre países para aumento de freqüências. "Não é hora de promover mudanças que nos causem ainda maiores incertezas. É só uma questão de tempo até que nossas empresas atinjam o equilíbrio na participação de mercado", disse. Nas rotas para a Europa, a participação das brasileiras é ainda menor: passou de 48% em 1990 para 20% no ano passado. O estudo considera a participação de mercado medida em passageiros x quilômetros. Nos vôos para América do Norte e América Central, as empresas nacionais representavam 59% do mercado em 1990 e recuaram para 18% no ano passado. Na América do Sul, a participação se manteve praticamente a mesma: passou de 47% para 48% no período. No ranking dos dez países com maior fluxo, a Argentina, que ocupa o sexto lugar, é o país com maior participação de vôos de empresas nacionais (75,7%). Nos EUA, que ocupam o topo da lista, as empresas brasileiras respondem por uma fatia de 20,03%. De acordo com o estudo, o preço do combustível de aviação é o principal entrave à competitividade das empresas aéreas. Cálculos do Snea indicam que o querosene de aviação já subiu 35% neste ano. Outros fatores que representam entraves para o setor, de acordo com o estudo, são a infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária, a segurança jurídica, a economia de escala, a necessidade de uma frota moderna quanto ao consumo de combustível e a carga tributária, entre outros. "A disparada do preço do combustível de aviação coloca a aviação civil mundial em sério risco de uma crise sistêmica que poderá acarretar sérios efeitos em relação à sobrevivência de empresas. Também sofrerão os usuários quanto à oferta em geral, descontinuidade de serviços em mercados de menor densidade e aumento das tarifas médias." Segundo Ermakoff, uma proposta ainda em fase de discussão no Snea é a possibilidade do fundo soberano brasileiro financiar a importação de aeronaves estrangeiras novas a juros competitivos para as companhias aéreas.

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