Economia

Bovespa segue mercado americano e fecha em alta

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postado em 08/07/2008 18:25
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passou quase todo o pregão desta terça-feira (8/07) em baixa, mas reagiu nas últimas horas de negociação e fechou com ganhos. O desempenho positivo das Bolsas americanas foi determinante para a virada. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, subiu 0,76%, aos 59.535 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,35 bilhões, com cerca de 237 mil negócios realizados. Já o dólar comercial fechou com alta de 0,74%, vendido a R$ 1,613. Os principais indicadores das Bolsas americanas apresentam altas, o que influenciou os negócios na Bovespa. O Dow Jones avança 1,36% e o Nasdaq Composite ganha 2,28%. "A influência das Bolsas nos EUA foi importante. Lá esteve sempre mais forte que aqui", disse o economista-chefe da Ágora Corretora, Álvaro Bandeira. O bom humor dos investidores americanos foi causado pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke. Ele disse que considera dar às empresas do setor financeiro mais tempo para fazerem empréstimos diretos. Em março deste ano, o banco já havia anunciado uma ajuda temporária às instituições de investimentos em dificuldade. A ajuda deve durar até setembro e é parecida com um mecanismo já à disposição dos bancos comerciais. "Estamos monitorando os desenvolvimentos no mercado financeiro de perto e considerando diversas opções, incluindo estender a duração de nossos instrumentos para negociadores primários além do fim deste ano, caso as circunstâncias atuais continuem a prevalecer no mercado de fundos", disse Bernanke, em um evento em Arlington (Virginia). Mesmo com o discurso alentador, as Bolsas americanas ensaiaram uma queda após a divulgação dos dados de vendas de casas usadas. Segundo a Associação Nacional dos Corretores de Imóveis (NAR, na sigla em inglês), as vendas de casas pendentes recuaram 4,7% em maio, mais do que o esperado pelos analistas. Porém, voltaram a subir em seguida. "O mercado caiu muito nos últimos dias", analisa Bandeira. "Com essa confusão, acaba tendo muita pechincha, ações com preços muito menores que deveria. Então o mercado parte para a compra. Isso é assim tanto lá (nos EUA) como aqui." Para ele, esse tipo de situação deve perdurar por algum tempo. "Com a turbulência atual, vamos ter mais desses momentos de repique nos índices", disse. "Mas a aposta é de que amanhã pode continuar o movimento positivo lá." Essa aposta foi importante hoje porque amanhã a Bovespa não opera devido ao feriado estadual da Revolução Constitucionalista de 1932, enquanto que as Bolsas americanas funcionarão normalmente. Com isso, qualquer oscilação mais forte em Wall Street só poderá ter reflexo no Brasil na quinta-feira. Commodities A recuperação do dólar, aliado às menores tensões geopolíticas no Oriente Médio e à menor expectativa de demanda, faz o preço do petróleo e de outras commodities recuarem hoje. O petróleo WTI para entrega em agosto, por exemplo, fechou com recuo de 3,77% na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 136,04 o barril. O resultado disso é que algumas das ações mais negociadas da Bovespa, como as da Petrobras, Vale, CSN e Usiminas, apresentam fortes perdas. Os papéis da Petrobras, por exemplo, recuam 2,24% (ordinárias) e 2,93% (preferenciais). Essa queda é parcialmente compensada com altas de ações de empresas diretamente afetadas pelo custo dos combustíveis --casos, por exemplo, da TAM e da Embraer. As ações ordinárias da fabricante de aeronaves teve a maior alta de hoje entre os papéis listados no Ibovespa, com ganho de 10,5%.

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