postado em 08/07/2008 19:05
A greve de funcionários dos Correios completou nesta terça-feira oito dias com a adesão de mais um Estado, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). A entidade contabiliza 24 Estados mais o Distrito Federal paralisados, com a adição dos trabalhadores do Mato Grosso à paralisação.
A assessoria de imprensa da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), porém, informa adesão à greve em 20 Estados, além do Distrito Federal, mas admite oscilação no número. Segundo os Correios, não estão em greve Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima e Tocantins.
Segundo a empresa, 34% dos carteiros de todo o Brasil estavam de braços cruzados nesta terça-feira. Além disso, a empresa informou que segundo contagem feita ontem, das cerca de 7.000 agências do país, 435 não cumpriram a liminar do TST (Tribunal Superior do Trabalho) que determina que pelo menos 50% dos funcionários trabalhem. Se descumprida a ordem, a pena é de multa diária de R$ 30 mil.
A estimativa é que por conta da greve, 60 milhões de objetos não tenham sido entregues aos seus destinatários.
José Gonçalves, um dos representantes da Fentect no comando de greve, afirmou que a categoria deu início ontem a um recurso em que pede a suspensão da liminar do TST. Sobre o balanço divulgado hoje, afirmou desconhecer o número. "É muito difícil a gente controlar, são muitas unidades no país", afirmou.
Reivindicação
A categoria reivindica, segundo a Fentect, o cumprimento integral de um acordo assinado em novembro de 2007. Os principais pontos não cumpridos seriam a incorporação de 30% de adicional de periculosidade nos salários, negociação do plano de carreira e participação nos lucros.
Por sua vez, os Correios afirmam que o compromisso foi cumprido e mantêm o posicionamento de cortar o ponto dos grevistas.
Por meio de nota divulgada na segunda-feira, os Correios afirmam que "a ECT empenhou todos os esforços no sentido de atender as reivindicações de seus empregados". "Os Correios contam, agora, com o bom senso de seus empregados para que retornem ao trabalho, mantendo os interesses da sociedade acima dos interesses pessoais."
Conciliação
Na manhã de segunda-feira (7/07), a audiência de conciliação entre o sindicato e os Correios foi suspensa sem uma definição sobre a greve.
O presidente do TST, ministro Rider Nogueira de Brito, propôs intermediar pessoalmente a negociação mediante a volta de todos os funcionários da empresa ao trabalho. Duas reuniões semanais, de acordo com a proposta, seriam realizadas até o fim de julho entre as partes. Porém, Correios e sindicalistas não chegaram a um acordo, e a audiência no TST será retomada no próximo dia 15.
A falta de acordo sobre o fim definitivo da greve manteve a liminar do TST, que determina que pelo menos 50% dos funcionários dos Correios retomem o trabalho.