Economia

Cacciola será tratado como terrorista no Brasil, diz defesa

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postado em 08/07/2008 20:21
O advogado Carlos Ely Eluf, um dos responsáveis pela defesa de Salvatore Cacciola no Brasil, afirmou nesta terça-feira (8/07) que o ex-banqueiro, preso em Mônaco desde setembro do ano passado, será tratado como um terrorista caso seja extraditado. ;Com relação ao senhor Cacciola, o tratamento que estamos antevendo é o mesmo destinado ao pior terrorista do mundo, como se ele fosse um Bin Laden (Osama Bin Laden);, disse, em entrevista coletiva, concedida em São Paulo. Na oportunidade, Eluf anunciou que o advogado europeu do ex-proprietário do Banco Marka, Frankier Michel, recorreu à Organização das Nações Unidas (ONU) para tentar suspender a envio de Cacciola para o Brasil, alegando que existem evidências de que a Polícia Federal (PF) fere os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos. ;Eles (a PF) prendem, algemam, submetem à execração pública e humilham as pessoas;, afirmou Eluf. Segundo ele, a decisão da ONU não tem validade judicial. No entanto, caso a organização acolha o pedido do advogado de Cacciola, Eluf espera que a extradição seja interrompida. O advogado disse que o ex-banqueiro, de 63 anos, é uma pessoa idosa, sofre de artrite reumatóide, nunca ofereceu nenhum perigo à sociedade e ainda recorre da decisão judicial em que sua prisão foi decretada. Por isso, não deveria ser mantido preso e muito menos enviado ao Brasil contra a sua vontade. Para Eluf, o governo brasileiro tem tratado o caso Cacciola com fins políticos e eleitorais. ;Existe uma vontade muito grande de trazer Cacciola para o Brasil, como se ele fosse o representante de todos os desmandos financeiros que o país já sofreu;, disse o advogado. Este argumento, afirmou ele, está sendo utilizado também no pedido de habeas corpus, protocolado hoje no Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados do ex-banqueiro pedem a suspensão da extradição alegando, além de falta de isenção do Estado, falhas processuais e falta de isonomia, já que réus acusados dos mesmos crimes que Cacciola estão em liberdade.

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