postado em 09/07/2008 08:56
Embora ainda seja considerada recorde, a previsão da safra de grãos de 2008 foi revista para baixo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fizeram pequenos ajustes nos últimos números e divulgaram nessa terça (08/07) novas estimativas para o campo. A colheita está praticamente encerrada em todos os estados do país. Analistas consultados pelo Correio disseram que a tendência é que as próximas pesquisas não tragam mudanças significativas de cenário.
O IBGE indicou que, em junho passado, o saldo total das lavouras chegou a 143,6 milhões de toneladas ; 0,5% a menos daquilo que era esperado em maio (144,3 milhões toneladas). O recuo teve como causa principal as perdas no plantio do milho da segunda safra. O grão enfrentou problemas no Paraná por causa do frio e do clima instável. Em relação à área plantada, o IBGE acredita que as culturas tenham ocupado 47,1 milhões de hectares, espaço físico 3,9% maior do que o registrado em 2007.
Já a Conab espera uma safra de grãos 0,6% inferior ao que foi previsto no mês passado. O saldo final caiu, conforme as previsões, de 143,3 milhões de toneladas para 142,42 milhões de toneladas. Pelo calendário da Conab, duas previsões devem ser feitas em agosto e setembro. A safra seguinte começará a ser plantada em outubro.
No próximo ano agrícola, os produtores terão mais dinheiro disponível para financiar o plantio. Com o plano anunciado pelo governo na semana passada, R$ 78 bilhões serão oferecidos ao agronegócio e à agricultura familiar. Com esse dinheiro, linhas especiais e taxas de juros menores, o Brasil espera elevar a produção de grãos em, pelo menos, 5% e conter a elevação dos preços dos alimentos no mercado interno.
Ainda que não tenha políticas específicas para incentivar o aumento do plantio dos chamados produtos sensíveis (arroz, feijão, milho e trigo), o governo espera que os recursos disponíveis na rede bancária e as ferramentas de preço e estoque definidas pelo Ministério da Agricultura incentivem naturalmente o crescimento da oferta desses produtos. O setor rural, no entanto, não crê em efeitos tão imediatos e aposta que o mercado doméstico continuará influenciado pela alta internacional dos preços das commodities.