Jornal Correio Braziliense

Economia

Boeing diz que setor aéreo crescerá nos próximos anos, apesar de crise

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A fabricante aeronáutica americana Boeing disse nesta quarta-feira (9/07) que esse setor crescerá nos próximos 20 anos, apesar da atual desaceleração da economia mundial e da escalada dos preços do petróleo. A companhia americana, concorrente do consórcio europeu Airbus, fez o prognóstico no relatório anual "Perspectiva Atual do Mercado 2008", divulgado em Londres por Randy Tinseth, vice-presidente de marketing de aviões comerciais da Boeing. Segundo a empresa, com sede em Chicago (Estados Unidos), as companhias aéreas de todo o mundo comprarão 29.400 novos aviões comerciais (de passageiros e de carga) até 2027, cujo valor chegará a US$ 3,2 trilhões. O cálculo é 2,8% superior à previsão para as próximas duas décadas feita no ano anterior, quando a Boeing anunciou a venda de 28.600 aeronaves comerciais. Cerca de 43% dos 29.400 aparelhos entregues até 2027 serão usados para substituir aeronaves, devido "à perda de viabilidade econômica de velhos aviões por causa dos maiores custos do combustível." Os 57% restantes, indica o relatório, serão destinados a satisfazer a expansão das companhias aéreas, que terão que enfrentar um aumento do tráfego de passageiros de 5% ao ano nas duas próximas décadas. Segundo a Boeing, as previsões levam em conta "os desafios a curto prazo da indústria", como "o arrefecimento da economia mundial, a alta dos preços do combustível e a queda do crescimento do tráfego em alguns mercados." Tinseth destacou que "o mercado atualmente é dinâmico e desafiante", e afirmou que o preço do petróleo, que hoje dia ronda os US$ 137 o barril, "seguirá sendo alto" a curto prazo. No entanto, prosseguiu o diretor, o preço do petróleo "se moderará com o passar do tempo" até os "US$ 70 ou US$ 80" por barril como conseqüência de um eventual reajuste da oferta e da demanda. Em fevereiro, a Airbus informou que as linhas aéreas adquirirão nos próximos 20 anos 24.300 aviões estimados em US$ 2,8 trilhões, uma previsão mais pessimista que a do adversário.