postado em 10/07/2008 16:48
Animados por cheques do governo Bush e pelos descontos, os americanos voltaram às lojas em junho após meses de depressão, enchendo principalmente as redes populares como Wal-Mart e Costco.
Num momento em que a disparada dos preços da gasolina e dos produtos alimentares afetam os consumidores há vários meses, as redes de lojas constataram um aumento de 4,3% de suas vendas em junho, muito superior às previsões de 2% a 2,5%, informou o Conselho Internacional dos Centros Comerciais (ICSC).
"O mês de junho acabou sendo melhor do que o previsto graças aos cheques do plano de estimulação da economia e ao clima mais quente. As vendas foram impulsionadas pelas redes populares", explicou Michael Niemira, economista do ICSC, que prevê um aumento de 2% a 3% para julho.
Para animar os consumidores, o governo de George W. Bush havia elaborado em fevereiro um plano de recuperação econômica que incluía um reembolso dos impostos para cerca de 130 milhões de americanos: desde maio, cada um devia receber pelo correio um cheque de US$ 600 a US$ 1,2 mil. No total, o governo americano distribuiu 86 bilhões de dólares em devoluções de impostos durante os meses de maio e junho. Todos os cheques devem ser pagos até meados de julho.
O número um americano Wal-Mart registrou em junho um aumento de 5,8% de suas vendas nos Estados Unidos, ou seja, muito mais que os 3,8% previstos pelos analistas e duas vezes mais do que em junho de 2007.
A rede atribuiu esta disparada das vendas aos cheques emitidos pelo governo e aos descontos praticados no setor têxtil. Ela elevou suas previsões de lucro trimestral.
Na rede Costco, principal concorrente da Wal-Mart, as vendas também aumentaram 5% em junho.
Entretanto, os bons resultados obtidos pelas redes populares não se repetem nas lojas mais caras: Gap, a maior do setor do prêt-à-porter, viu suas vendas diminuírem de 7% em junho.
Os mercados temem que o aumento do consumo americano registrado em junho acabe logo, quando terminarem os cheques enviados pelo governo. Em junho, o índice de confiança dos consumidores americanos caiu no seu nível mais baixo desde 1980. A economia americana perdeu 62 mil empregos em junho, e 438 mil no primeiro semestre de 2008.